Advogada da Odebrecht classifica prisões cumpridas como “ilegais”
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Presidentes das empreiteiras Odebrecht e da Andrade Gutierrez estão entre os doze executivos presos pela Lava Jato. A décima quarta fase da operação levou para a cadeia nesta sexta-feira (20), Marcelo Bahia Odebrecht e Otávio Marques de Azevedo.
A advogada da Odebrecht, Dora Cavalcanti, disse que não houve fato novo que justificasse as prisões, que ela classificou como ilegais. “As medidas de busca e apreensão e, sobretudo as medidas de prisão cumpridas, são absolutamente desnecessárias e exatamente por isso, manifestamente ilegais. A Odebrecht possui um dos mais rigorosos códigos de conduta do país, que exige um processo de conformidade reconhecido internacionalmente. Serão tomadas todas as medidas judiciais cabíveis para que se restabeleça um ambiente de normalidade processual”, argumentou.
A advogada ressaltou que a empresa e os executivos têm colaborado com a Justiça e vai recorrer da decisão do juiz Sérgio Moro.
O Ministério Público Federal afirmou que os presidentes de duas das maiores empreiteiras do país dominavam o cartel e a corrupção na Petrobras. O uso de contas na Suíça, no Panamá e em Mônaco para pagar propina comprovou as irregularidades, além das fraudes em licitações.
A procuradoria não tem valores fechados, mas aponta que só a Odebrecht movimentou R$ 500 milhões em corrupção. O procurador Igor Romário de Paula ressaltou que as duas empreiteiras agiam de forma sofisticada e capitaneavam o esquema.
“Havia já a prova documental. Não era o caso das duas empresas que têm uma sistemática mais sofisticada de realizar o encaminhamento do dinheiro e porque apareceram indícios concretos comprovando que em algum momento eles tiveram contato ou participaram de negociações que resultaram em atos que levaram á formação de cartel, direcionamento de licitações e mesmo a destinação de recursos para pagamento de corrupção”, explicou. Igor Romário de Paula acrescentou que não adianta as duas empresas negarem participação no esquema: as provas são contundentes.
O procurador Carlos Fernando dos Santos Lima reiterou que os indícios comprovam a ligação da Odebrecht e da Andrade Guttierrez. “As investigações sobre essas duas novas empresas, revelam e revelavam desde o começo, um nível de sofisiticação maior e uma exigência de investigações mais aprofundadas. E nós chegamos neste momento a ter uma visão mais completa dos fatos criminosos. Portanto, nada mais é que uma continuação da fase anterior em que foram presos executivos de cinco outras empreiteiras”, disse.
Carlos Fernando dos Santos Lima apontou que todos devem ser punidos, já que o Brasil é uma República.
A Andrade Gutierrez negou qualquer relação com os fatos investigados pela Operação Lava Jato. A empresa avalia que as prisões causam estranheza, já que desde o começo colabora com as investigações. Dez investigados presos tiveram as contas bancárias bloqueadas no valor de 20 milhões de reais, cada um; das 12 prisões, oito são preventivas.
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