Advogada diz que não se pode ‘jogar pedra’ em juíza que a algemou
Valéria Lúcia dos Santos, advogada que foi algemada durante uma audiência, participou nesta segunda-feira (17) de uma manifestação em frente ao Fórum de Duque de Caxias, Rio de Janeiro. O ato foi organizado pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e por militantes dos direitos humanos que se indignaram com sua situação.
“Eu me sinto muito acolhida, tanto pela OAB quanto pela sociedade civil”, disse Valéria. “Sobre minha colega [juíza que a algemou], nós duas temos que sentar e conversar. Não é jogar pedra. Para a gente evoluir como pessoa. A gente não pode se dividir, temos de nos unir. Não importa a cor da pele. O que eu quero é que nunca mais isto aconteça. Nunca mais”.
“Eu me senti muito ferida. Depois fui para casa e chorei sozinha. Me feriram, mas eu não fui vencida. Olha o que mobilizou o país. O Brasil respondeu. A gente precisa construir um país melhor para os nossos netos”, completou.
Relembre o caso
De acordo com Valéria, ela estava defendendo sua cliente de uma cobrança indevida na audiência da semana passada e não houve acordo. Sendo assim, solicitou ver a contestação da ré. “Algo simples”, segundo ela. Acontece que a juíza leiga Ethel de Vasconcelos negou o pedido, o que fez com que ela saísse em busca de um delegado de prerrogativas da OAB.
No retorno, deparou-se com a audiência encerrada. “Por isso minha resistência para não sair da sala, para que o delegado visse as violações que estavam ocorrendo. É meu direito como advogada impugnar documentos. A juíza chamou a força policial, e me mantive na resistência, nas prerrogativas profissionais”, relatou.
Naquele momento, ela foi detida, algemada e colocada no chão do sala. As imagens causaram revolta e a seccional fluminense da OAB chegou a pedir punição máxima para os policiais e a juíza.
O Tribunal de Justiça (TJ) do Estado do Rio de Janeiro afirmou que os fatos estão sendo apurados e que vai se manifestar na conclusão dessa apuração.
Com informações da Agência Brasil
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