Advogados de envolvidos na Lava Jato comemoram desmembramento de inquéritos
Os advogados de envolvidos na Lava Jato comemoraram o desmembramento de inquéritos da operação e avaliam que o juiz Sérgio Moro não é único. A decisão do STF autoriza o Ministério Público e a Polícia Federal a criar núcleos regionais de investigação.
A medida é cercada de dúvidas sobre a forma de condução das apurações das irregularidades. O advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakai, que defende políticos como Edison Lobão e Roseana Sarney, comemora a separação.
“O que se pretendeu criar no Brasil, infelizmente agora o Supremo deixa bem claro que isso é impossível, é a figura de um juiz de jurisdição nacional. Bastava o juiz querer julgar alguém em MG ou PI e pedia para um delator falar sobre aquela pessoa e ela seria investigada no Paraná. Isso é inconstitucional, ilegal”, diz. O criminalista Antônio Carlos de Almeida Castro acrescenta que dizer que investigação pode parar é uma afronta aos demais juízes do Brasil.
O advogado Roberto Podval, que defende o ex-ministro José Dirceu, vai na mesma linha e destaca que o desmembramento não muda nada. “Temos outros juízes e outros procuradores. Para nós que trabalhamos, não faz diferença. Teremos, com certeza, juízes competentes, procuradores atuantes, mas tem que se seguir uma regra. E a regra é clara no sentido que a competência se dá pelo local onde se aconteceram os fatos. Então acho natural”, explica.
Roberto Podval aponta que as investigações da Lava Jato não vão parar por causa do desmembramento.
O advogado Pierpaolo Bottini, que defende o presidente da Camargo Corrêa, considera um erro personificar o combate à corrupção. “Eu fico muito preocupado quando a gente coloca o combate à corrupção nas mãos da pessoa A, B ou C. Quem combate a corrupção é o Judiciário, é o Ministério Público como um todo. É muito importante que essa população, que a sociedade civil e que a imprensa continuem fiscalizando, cobrando para que as investigações não parem”, declara.
O advogado Pierpaolo Bottini aponta que o Brasil tem instituições fortes que se sobrepujam a pessoas. Integrantes do Ministério Público Federal, responsáveis pelas investigações, vêm criticando a decisão do STF.
*Informações do repórter Thiago Uberreich
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