Advogados de Padilha e Moreira atacam PGR e pedem arquivamento da denúncia na CCJ

  • Por Estadão Conteúdo
  • 18/10/2017 18h14
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Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr Ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, foi denunciado ao lado de Moreira Franco e Temer por organização criminosa com base nas delações de Joesley Batista e Lúcio Funaro

Os advogados dos ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência) defenderam na tarde desta quarta-feira, 18, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), o arquivamento da denúncia por organização criminosa que tramita na Câmara. A votação no colegiado acontecerá ainda nesta quarta-feira, 18.

“Estamos diante de denúncia inepta, vazia e de um Ministério Público que obrou de maneira ideológica”, disse Daniel Gerber, que representa Padilha no processo.

Para ele, o País passa por um momento de “criminalização do ato político”. O advogado disse ainda esperar que os deputados tomem “posição contra o massacre feito contra o Legislativo”.

O advogado de Moreira Franco, Antônio Pitombo, também fez críticas à Procuradoria-Geral da República e disse que essa “acusação não merece jamais ter continuidade”.

Para ele, a PGR cometeu “um série de erros e abusou do exercício de acusar”. “Isso viola a harmonia entre os Poderes. Não se acusa ministro e presidente da República sem provas, sem indícios de autoria. Aqui não houve investigação, há uma coleção de provas ilícitas”, disse.

Pitombo também disse ser correta a decisão do Senado de “proteger a liberdade” e devolver o mandato ao senador Aécio Neves (PSDB-MG). Para ele, estão sendo feitas “acusações levianas contra integrantes de partidos”.

Antes dos dois advogados, o representante do presidente Michel Temer, Eduardo Carnelós, também se manifestou no mesmo sentido.

Padilha e Moreira foram denunciados ao lado de Temer por organização criminosa com base nas delações do empresário Joesley Batista e do operador financeiro Lúcio Funaro. Segundo a PGR, o grupo teria recebido pelo menos R$ 587 milhões de propina dos últimos anos, oriundos de órgãos como Petrobras, Caixa Econômica Federal e Furnas.

Fatiamento

Depois da fala dos advogados de defesa, o presidente da CCJ, Rodrigo Pacheco (PMDB-MG), rejeitou a última questão de ordem pendente que pedia o fatiamento da votação, para avaliar separadamente as acusações contra Temer e os dois ministros. Pacheco argumentou que o procedimento era “incompatível com a votação em comissões” e justificou que era preciso manter a visão global da denúncia. Assim, Pacheco determinou o arquivamento da questão de ordem do deputado Alessandro Molon (Rede-RJ).

Pacheco também indeferiu a sugestão do deputado Pompeo de Mattos (PDT-RS), sobre a possibilidade de apresentação de destaques ao relatório sobre a denúncia.

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