Aécio anuncia com exclusividade ao programa “Os Pingos nos Is”, da Jovem Pan, proposta para corrigir a tabela do IR pelo IPCA

  • Por Jovem Pan
  • 01/05/2014 19h10
SÃO PAULO,SP,01.05.2014:DIA DO TRABALHADOR/PRAÇA DE BAGATELLE - O senador Aécio Neves (cinza) e Paulinho da Força (laranja), durante comemoração ao Dia do Trabalhador na Praça de Bagatelle em São Paulo, SP, nesta quinta-feira (1), promovido pela Força Sindical. O evento deve reunir os pré-candidatos do PSDB, Aécio Neves, e do PSB, Eduardo Campos, à Presidência da República e o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin. Serão mais de 10 horas de apresentações musicais e ato político. (Foto: Alice Vergueiro/Futura Press/Folhapress) Alice Vergueiro/Futura Press/Folhapress Senador Aécio Neves na festa do 1º de Maio

O presidenciável do PSDB, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) criticou, nesta quinta, em entrevista exclusiva ao programa “Os Pingos nos Is”, da Rádio Jovem Pan, o pronunciamento da presidente Dilma Rousseff da noite de quarta, no qual ela anunciou um aumento de 10% no valor do Bolsa Família e uma correção de 4,5% na tabela do Imposto de Renda (IR). Aécio afirmou à rádio, com exclusividade, que vai apresentar na segunda-feira uma emenda à Medida Provisória de Dilma. O senador vai propor um reajuste na tabela de acordo com o IPCA, proposta válida, se aprovada, para os próximos cinco anos.

“Estou apresentando na segunda-feira uma emenda a essa Medida Provisória garantindo pelos próximos cinco anos um reajuste na tabela do Imposto de Renda pelo índice inflacionário global, e não por uma parcela do índice inflacionário”, disse, “garantindo as perdas reais dos trabalhadores brasileiros e tirando esse tema da agenda política oportunista, como buscou fazer ontem (quarta) a presidente da República”. Ou seja, a tabela do IR seria reajustada segundo o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo).

Aécio apontou a desproporcionalidade do valor de correção anunciado pela presidente. “Quando ela fala da correção da tabela do Imposto de Renda no seu pronunciamento, ela omite os percentuais desse reajuste”, afirma. E acrescentou: “Na verdade, ela propõe um reajuste de 4,5% para uma inflação de 6%”. Aécio parece desconfiar também dos reais motivos do anúncio da presidente: “O que eu vejo é que basta a oposição crescer um pouco nas pesquisas, que começa a haver algumas bondades para os trabalhadores, e são bem-vindas, mas deveriam ser feitas com maior responsabilidade e falando a verdade”, avalia o senador.

Aécio anunciou também que a oposição não recorrerá contra o discurso de Dilma apenas na Justiça Eleitoral, mas também no Ministério Público. “Vamos recorrer na segunda-feira ao Ministério Público por improbidade, porque isso foi pago pelo nosso dinheiro, e é inaceitável”, afirma o senador. “Nós assistimos à mais patética demonstração de descompromisso com a legalidade já praticada por um presidente da República nos últimos tempos”, diz.

O presidente do PSDB ainda provoca: “(Dilma) fez, como instrumento de Estado, aquilo que seu Governo vem fazendo com a Petrobras: ela se apropriou dele em benefício próprio, em benefício de seu projeto político”. O tucano acrescentou: “Nem no tempo do regime ditatorial nós assistimos a um presidente da República dar tantos maus exemplos”.

Além do anúncio do reajuste na taxação do Imposto de Renda, Aécio Neves criticou a divulgação do aumento em 10% do Bolsa-Família. “Ela (Dilma) mente quando diz que o Bolsa-Família coloca todos os beneficiários na faixa estabelecida pela ONU acima da linha da pobreza absoluta, que seria US$ 1,25 dólares por dia”, diz o tucano.

O provável candidato à corrida eleitoral condenou ainda o trecho do discurso de Dilma em que ela diz: “Não podemos aceitar o uso político da inflação por aqueles que defendem o quanto pior melhor”. Para Aécio, Dilma Rousseff chama de “nós” aqueles que bajulam o governo e de “eles” aqueles que criticam e apontam as falhas.

“Está no hora, e a sociedade vêm percebendo isso, de mudança”, afirmou o tucano. “Ela falou em 15 segundos seis vezes a palavra ‘mudança’, querendo encarar ela própria a mudança em seu governo”, contou Aécio Neves. “Ela tem de estar preparada para ouvir é que a mudança, pela qual clamam mais de 70% da população, não inclui a continuidade da presidente da República no Governo”.

 

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