Aécio fala sobre eleições de 2014 em pergunta a Dilma no Senado
O senador e ex-candidato à Presidência Aécio Neves (PSDB) é o próximo na lista de parlamentares inscritos a fazer perguntas a Dilma Rousseff. O tucano antecipou o teor de sua pergunta em entrevista exclusiva à Jovem Pan.
“Eu vou lembrar a ela em primeiro lugar que perder uma eleição não é desonra para ninguém quando se disputa defendendo ideias e respeitando a lei. Talvez o mesmo não valha para quando se vence uma eleição cometendo irregularidades e deixando de falar a verdade”, atacou Aécio. “Eu vou voltar um pouco no tempo lembrando que o que aconteceu em 2015 não foi uma geração espontânea ocorrida a partir de janeiro. Foi uma consequência do que vinha ocorrendo desde 2013 no País e que se agravou em 2014, especificamente com o objetivo de vencer as eleições”, disse.
“Nós, obviamente, temos que nos ater no processo de julgamento ao que ocorreu em 2015, mas ela nos permitirá voltar um pouco a 2014 para confirmar aquilo que o próprio STF disse: as pedaladas foram feitas de forma reiterada”, afirmou Aécio Neves.
“Terei a oportunidade de demonstrar que, sobretudo em razão do processo eleitoral, o Brasil viu as suas contas chegarem a esse estado e, obviamente, as consequências estão sendo compartilhadas, infelizmente, sobretudo pelos brasileiros mais pobres”, completou o tucano, citando dados negativos do desemprego.
Aécio disse também que “o que faz com que a lista de acusações feitas à srª presidente da República não seja muito mais extensa” é que a Constituição permite apenas que Dilma Rousseff seja julgada pelos atos cometidos no exercício do seu mandato, ou seja, a partir de 2015.
“Protocolar”
Logo após a pausa das respostas de Dilma aos senadores para o almoço, o senador tucano e ex-candidato a presidente com a petista em 2014, Aécio Neves (PSDB-MG), avaliou que a fala da presidente afastada foi um “discurso protocolar”. “As respostas têm sido muito evasivas. É um direito que ela tem”, ponderou.
“O que o Brasil assistiu foi um discurso político, eu diria até correto, mas na minha avaliação sem qualquer condição de impactar o voto de quem quer que seja”, afirmou Aécio. Ele disse que não percebeu o “tom emocional anunciado por tantos”. O tucano afirmou que Dilma “aproveita cada resposta para fazer um discurso político”.
O peessedebista também rejeita a fala de Dilma de que ocorre um “golpe parlamentar” no Brasil. “O que ficará desse episódio não é esse vazio discurso de golpe que o vento vai levar”, disse Aécio. Segundo ele, os próximos governantes terão de ter mais “responsabilidade” e “ser muito mais cuidadosos” com seus atos fiscais, após o impeachment.
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