Aécio vê “presidencialismo quase monárquico” e pede responsabilização maior por rompimento de barragem
O presidente nacional do PSDB Aécio Neves disse que o Brasil vive um “presidencialismo quase que monárquico” e defendeu que as empresas responsáveis pela barragem de Mariana (MG) devem assumir responsabilidades maiores pelo rompimento da estrutura que matou 11 pessoas (12 ainda estão desaparecidas), poluiu rios e tem causado um dos maiores desastres ambientais da história do Brasil.
O senador mineiro deu as declarações em evento promovido pelo próprio partido para discutir mudanças climáticas, na manhã desta segunda-feira (23) no Hotel Tivoli, na alameda Santos, região da Avenida Paulista, em São Paulo.
Estiveram presentes os principais caciques tucanos: além de Aécio, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o governador paulista Geraldo Alckmin, senadores Aloysio Nunes Ferreira e José Aníbal, entre outros nomes importantes do PSDB.
Apesar de ter feito alguns elogios à maneira como o Ministério do Meio Ambiente tem lidado com o tema das mudanças climáticas, Aécio alfinetou o governo federal pela maneira como o Planalto lida com o Legislativo.
Aécio Neves disse que o Congresso tenta passar uma reforma do Código da Mineração há quase uma década e não consegue por causa de uma postura “quase monárquica” do Executivo. “Vivemos no Brasil um presidencialismo que eu chamaria quase de monárquico. Você não consegue avançar em reformas importantes e estruturantes sem que o governo federal esteja de forma clara empenhado, conduzindo ou articulando as forças políticas para que esses avanços ocorram”, criticou o senador.
O presidente nacional do PSDB também se manifestou sobre o desastre em Mariana e afirmou que o que foi pedido pelo governo federal em forma de reparação ainda está aquém, e que as empresas pelas barragens (Samarco, Vale e BHP) devem assumir responsabilidades maiores.
Multa
A presidente Dilma estipulou multa de R$ 250 milhões à Samarco. O prefeito de Mariana Duarte Jr. declarou à época à Jovem Pan que a multa não beneficiava a cidade e pediu a criação de um fundo de indenização para as pessoas afetadas.
A mineradora Samarco fechou acordo com o Ministério Público Estadual (MPE) de Minas e o Ministério Público Federal (MPF) prevendo gastos de R$ 1 bilhão na tentativa de reparar parte dos danos.
Porém, a recuperação do meio ambiente e as indenizações pelo desabamento das barragens da Samarco no distrito de Bento Rodrigues, em Mariana, vão custar entre R$ 10 bilhões e R$ 14 bilhões, conforme o relator do Código da Mineração, deputado Leonardo Quintão (PMDB-MG).
Com informações do repórter JP Tiago Muniz
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