Agricultura brasileira não é vilã, diz ministra Tereza Cristina

  • Por Jovem Pan
  • 26/01/2020 15h38
Wilson Dias/Agência Brasil Tereza Cristina Para ministra, agricultores são os maiores interessados no clima 'estável'

A agricultura brasileira não deve ser tratada como vilã do meio ambiente, como tem sido vista por parte da sociedade. Essa é a avaliação da ministra Tereza Cristina, titular da pasta, cuja equipe viajou para mais de 32 destinos nos últimos 13 meses para promover o setor. “Abrir mercado não dá para ser por telefone, é olho no olho”, diz.

A ministra reforça que “ninguém tem pretensão de negar” que há uma preocupação com as mudanças climáticas no mundo, mas lembra que os agricultores são os mais interessados em um clima com chuvas regulares.

“Fica parecendo que para produzir a gente tem que destruir o meio ambiente, e não é isso. Temos 66% de vegetação nativa intacta e estamos trabalhando há muito tempo para fazer uma agricultura sustentável”

Em Nova Délhi com o presidente Bolsonaro, Tereza afirma que algumas pessoas colocando outros interessas na discussão ambiental. Para ela, o tema ganhou mais atenção após a assinatura do acordo União Europeia-Mercosul, em junho de 2019. “Eles acham que a agricultura brasileira é muito competitiva. E é mesmo, mas não é destruindo a imagem do Brasil que eles vão conseguir. O Brasil foi vilanizado, botaram o alvo nas nossas costas e o povo está dando tiro”.

O objetivo da ministra na Índia é diversificar a pauta de produtos exportados pelo agronegócio brasileiro e oferecer novas oportunidades para os agricultores e pecuaristas do Brasil. Além de commodities, ela tem discutido a venda de produtos como feijão, gergelim e grão de bico.

Segundo Tereza Cristina, a cadeia se organiza quando começa a exportar, o que eleva a competitividade e a renda. A possibilidade de redução de tarifa para carne de frango e suína e a abertura do mercado citrus também esteve em pauta.

A ministra citou ainda a liderança do Brasil em pesquisas e inovações para a agropecuária tropical, dizendo que a Empresa brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) pode ser um atrativo nas negociações, e que o Brasil pode começar a produzir etanol e mudar sua matriz energética a partir do interesse indiano.

O governo do primeiro-ministro Modi demonstrou interesse nos motores flex brasileiros. “É um jogo de ganha-ganha”, resume.

“As conversas estão acontecendo, mas não é do dia para a noite. Agora, só anda se tiver interesse, se não a gente vem aqui e fala bonito, vamos embora e ninguém dá continuidade. Mas, na minha percepção, o momento é bom.”

* Com informações do Estadão Conteúdo.

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