Água é melhor remédio para aliviar sintomas do tempo seco; especialista dá dicas

  • Por Diogo Patroni/Jovem Pan
  • 30/07/2017 10h00 - Atualizado em 30/07/2017 11h27
FÁBIO VIEIRA/ESTADÃO CONTEÚDO São Paulo está sem chuvas há 46 dias; Camada de poluição é cada vez mais visível

O mês de julho foi o mais seco dos últimos 9 anos na cidade de São Paulo. Não chove na Capital há 47 dias, e em algumas regiões a umidade do ar ficou entre 20 e 30%, o que fez com o CGE (Centro de Gerenciamento de Emergência) decretasse estado de alerta. O ar seco aumenta a concentração de poluentes e traz sérios danos à saúde, principalmente irritações nos olhos, no nariz e na garganta. Assim, há maior incidência de doenças respiratórias como asma, rinite e Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (bronquite e enfisema).

“Temos um ar mais frio, mais seco e mais sujo. Esses fatores resultam no fechamento das vias aéreas e acarretam em doenças pulmonares”, explica o pneumologista do Incor (Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da FMUSP), Dr. Rafael Stelmach.

O especialista destaca que, por conta da baixa umidade, as internações praticamente dobram nessa época do ano. “Aqui no Incor costumamos registrar 100 mil internações/ano por casos de asma, mas 50 mil são apenas nesse período de abril a setembro”, revela.

Stelmach salienta que a média de óbitos por asma também cresce consideravelmente. “A média brasileira é de 3 mortes/dia. Nessa época chega a 6 casos/dia”, declara. No entanto, o médico alerta que a manifestação dessas doenças é mais frequente em pessoas que já possuem os sintomas e não tratam de forma adequada.

“Um caso de asma mal curado pode evoluir para a pneumonia e levar à morte Não há muito segredo e a primeira coisa a se fazer é buscar orientação médica e tratar”, argumenta.

Remédio natural

Pedro França/Agência Senado

Recomendação é beber de 1 a 2 litros de água por dia

Como o clima frio e seco resulta no ressecamento natural das vias aéreas e dificulta a respiração, é fundamental ingerir bastante líquido afim de se evitar uma possível desidratação. “O melhor remédio é água, pura e simplesmente água”, afirma o Dr. Rafael Stelmach.

A recomendação é de 1 a 2 litros por dia, porém deve-se respeitar as individualidades e diferentes biótipos. Praticantes de atividades físicas necessitam de mais líquidos para repor a quantidade perdida durante o exercício, enquanto cardiopatas não podem extrapolar.

O pneumologista também aconselha o uso de vaporizadores, mas condena a famosa “bacia com água” ao lado da cama. “Isso não tem efeito comprovado. O problema é mais por ressecamento e desidratação. Ou seja, é mais interno do que externo. A bacia é perigosa para um idoso, que pode tropeçar durante a noite, por exemplo”.

Alguns passos simples podem aliviar os sintomas e diminuir a sensação de “secura”. Confira:

– Beba bastante água (1 a 2 litros/dia);

– Lave bem os olhos e nariz (em casos mais graves é recomendável utilizar o soro fisiológico);

– Faça inalações apenas com soro fisiológico; (de duas a três vezes ao dia)

– Evite ar-condicionado;

– Evite praticar atividade física ao ar livre em horários de sol forte (dê preferência para o início da manhã ou dá noite);

– Não coce os olhos.

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