Alckmin dá pasta ao PP após partido apoiar João Doria

  • Por Estadão Conteúdo
  • 19/07/2016 10h13
Ciete Silverio / A2D Geraldo Alckmin e João Doria Junior

Após o empresário João Doria, pré-candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo, anunciar, nesta segunda-feira (18), o apoio de mais dois partidos, os nanicos PRP e PTdoB, e chegar a nove legendas em sua coalizão, o governador Geraldo Alckmin deu posse a um indicado do PP no comando da Secretaria de Meio Ambiente. 

Com 47 deputados federais em exercício e dono da quarta maior bancada da Câmara, o PP foi o sexto partido a entrar na coligação do tucano. A sigla estava afastada do governador, desde 2012, quando decidiu apoiar Fernando Haddad (PT). 

A decisão de apoiar o candidato tucano foi formalizada, em ato político, no passado dia 7. Ao se unir a Doria, o PP acrescentou 2 minutos e 39 segundos diários ao tempo reservado às inserções de TV do aliado do governador. 

Como o tempo de televisão dos candidatos no horário eleitoral gratuito é definido pelo número de deputados federais dos partidos que compõem a coligação, Doria terá o maior tempo. Serão 13 minutos para dividir diariamente em comerciais de 30 ou 15 segundos, segundo cálculos do Estadão Dados. 

Depois da cerimônia de posse no Palácio dos Bandeirantes, o indicado do PP, o advogado Ricardo Salles, negou que sua nomeação como secretário do Meio Ambiente tenha sido uma retribuição a seu partido, “a relação do PP com Geraldo Alckmin existe desde 2014. Não foi algo que aconteceu ontem. Quero crer que a indicação é um gesto de confiança do governador em relação ao meu nome”. 

Salles foi secretário pessoal de Alckmin, por dois anos, e um dos fundadores do Movimento Endireita Brasil, mas não tem histórico de atuação na área que irá administrar. A entrega da secretaria ao PP gerou reação negativa de ambientalistas. 

A Rede de ONGs da Mata Atlântica (RMA) divulgou uma nota em que se diz preocupada com a utilização da Secretaria do Meio Ambiente como “moeda de troca”. 

‘Sem relação’

Em nota, a assessoria de imprensa do governo paulista afirma que não existe “qualquer relação” entre a administração pública e a lógica eleitoral, “a escolha de secretários, filiados ou não a partidos, participantes ou não de entidades de classe ou demais organizações da sociedade civil, obedece única e exclusivamente a critérios técnicos voltados ao interesse público”, diz o texto.

Questionado sobre o tema depois de um evento, no último dia 8 de julho, o governador Geraldo Alckmin afirmou que o PP compõem, há muito tempo, a base do governo na Assembleia Legislativa e disse que PRB, PTB e Solidariedade, partidos que apresentaram pré-candidaturas próprias ou estarão em outras coligações, também ocupam cargos no governo e integram a base. 

O governo deve anunciar mais mudanças no secretariado para contemplar aliados de Doria. O PV, que está atualmente com o Turismo, deve migrar para uma pasta maior, a Cultura. 

Outra secretaria que está aberta para receber aliados é a de Logística e Transporte. O titular, Duarte Nogueira, deixou o cargo para disputar a prefeitura de Ribeirão Preto. 

A convenção que oficializará a candidatura de João Doria será no domingo próximo. Na ocasião, o tucano anunciará o nome de seu candidato a vice.

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