Alckmin tenta minimizar racha no PSDB ao lançar Doria
O governador Geraldo Alckmin (PSDB) “convocou” quatro governadores tucanos e lideranças partidárias nacionais para a convenção que oficializará, no próximo domingo (24), a candidatura do empresário João Doria à Prefeitura de São Paulo. Para compensar a ausência de quadros paulistas históricos do partido, Alckmin pretende fazer do evento uma demonstração de sua influência, apesar das faltas já anunciadas.
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o chanceler José Serra, o ex-governador Alberto Goldman e o senador José Aníbal, presidente do Instituto Teotônio Vilela, não participarão do ato A única presença paulista de peso será a do senador Aloysio Nunes Ferreira.
O presidente nacional do partido, senador Aécio Neves (MG), também não virá à capital, mas já gravou uma mensagem para expressar a chancela da Executiva Nacional, “as disputas existem e fazem bem à política, mas, neste instante, é hora de unidade e de concentrarmos nossos esforços em torno do candidato do PSDB”, afirmou Aécio, no vídeo.
Os governadores Beto Richa (PR), Marconi Perillo (GO), Pedro Taques (MT) e Reinaldo Azambuja (MS) confirmaram participação no evento. Também estarão em São Paulo os dirigentes dos nove partidos que formam a coalizão, os maiores são PSB, PP e DEM.
Doria vai anunciar, nesta quarta-feira (20), mais adesões à sua candidatura, “a convenção do PSDB será uma demonstração da força, da integração partidária e da relação do Geraldo (Alckmin) com outros partidos”, afirmou o pré-candidato.
Ao comentar as ausência, Doria lembrou que Fernando Henrique “nunca participou” de uma convenção municipal, exceto quando ele próprio foi candidato, na década de 1980. Já Serra, de acordo com o político, deverá estar em uma viagem ao exterior, “não há divisão. Não dá para classificar o PSDB como um partido dividido. Quem faz o PSDB são seus filiados. O PSDB cada vez menos é um partido de caciques”, disse Doria.
Divisão
Alckmin apoiou Doria nas prévias tucanas da capital à revelia das principais lideranças do PSDB paulista. Quadros como Fernando Henrique, Serra, Nunes e Goldman apoiaram a pré-candidatura do vereador Andrea Matarazzo, que migrou para o PSD e também se lançou pré-candidato.
A disputa interna tucana provocou um racha sem precedentes. Goldman, que é vice-presidente do PSDB nacional, e Aníbal denunciaram Doria ao Ministério Público Eleitoral por compra de votos e abuso de poder econômico.
“O episódio das prévias foi extremamente traumático para o PSDB. Ele (Doria) obteve a legenda de forma ilegítima. Não vou compactuar com isso”, disse Goldman à reportagem, reiterando que a “candidatura divide o partido”.
Aliados de Alckmin e Doria, por sua vez, minimizam a fissura interna, “a candidatura do João (Doria) unifica o partido. As dissidências não vão atrapalhar o desempenho dele”, afirmou o deputado federal Silvio Torres (SP), secretário-geral do PSDB nacional.
Vice
O comando da campanha de Doria e o PSDB devem definir, ainda nesta quarta, o nome do candidato a vice-prefeito na chapa. A tese majoritária é a de que seja lançada uma “chapa pura”, ou seja, com dois tucanos. O nome mais cotado é o do deputado federal Bruno Covas, que disputou o primeiro turno das prévias do partido.
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