Alckmin vai acelerar entrega de obras

  • Por Estadão Conteúdo
  • 21/09/2017 08h32
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São Paulo - O governador Geraldo Alckmin fala sobre perspectivas e investimentos para 2016 na Associação Comercial de São Paulo (ACSP). (Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil) Rovena Rosa / Agência Brasil A lista inclui cerca de 40 obras de grande porte, como estradas, hospitais, moradias populares e metrô

O slogan pode ser do prefeito da capital, João Doria (PSDB-SP), mas quem está “acelerando” é o governador Geraldo Alckmin, ao menos no que diz respeito aos canteiros de obras espalhados em todo o Estado nos últimos sete anos. Pelo direito de disputar a Presidência pelo PSDB, a ordem interna é correr com os projetos e entregar o máximo possível até abril do ano que vem, quando Alckmin terá de deixar o cargo, caso vença a disputa interna com Doria pela indicação do partido.

A lista inclui cerca de 40 obras de grande porte, como estradas, hospitais, moradias populares e metrô. O investimento total é de R$ 43,6 bilhões, segundo o governo do Estado, com geração de 116 mil empregos diretos e indiretos.

Apresentar de forma concreta o resultado de seu trabalho em São Paulo é uma das estratégias de Alckmin e sua equipe para cacifar o governador como político experiente, responsável do ponto de vista fiscal e capaz de mudar a vida das pessoas ao projetar e executar – mesmo que a longo prazo – obras de infraestrutura.

O cronograma de entrega é uma das cartas na manga de Alckmin na briga interna com seu afilhado político. Por estar no início do governo, Doria, por mais que acelere, não terá muito o que mostrar até o primeiro trimestre de 2018, data máxima das prévias tucanas.

Alckmin diz que não deixou as inaugurações para o fim do mandato de forma proposital e que os atrasos na entrega de estações de metrô, por exemplo, se devem à situação econômica do País, que não permitiu que o governo avançasse com as obras de forma mais rápida nos últimos anos sem descuidar da gestão fiscal. O tucano tem usado como vitrine para outros Estados o fato de seu governo ter fechado 2016 com superávit primário de R$ 1,5 bilhão.

“A questão fiscal não é economicista, ela é social. Sem resolvê-la, o País não cresce, não gera emprego, não investe em educação”, disse nesta quarta-feira, 20, ao participar de um evento em São Paulo sobre boas práticas de gestão. “Muitas obras ainda vão ficar para a frente, como, por exemplo, a Tamoios, que será praticamente uma nova rodovia chegando ao litoral norte, uma nova Imigrantes, com o segundo maior túnel do Brasil. Vamos inaugurar muitas obras, mas deixar também um grande canteiro.”

As inaugurações ou mesmo as cerimônias de início de obras darão a Alckmin a possibilidade de rodar o Estado com uma agenda positiva e vender para fora a imagem de um governo realizador. Só de hospitais, há previsão de oito novas unidades, em cidades como Piracicaba, Itanhaém e São José dos Campos (veja quadro nesta página).

O maior investimento a ser anunciado por Alckmin até o fim de seu mandato deve ocorrer daqui a um mês. Serão R$ 700 milhões do Tesouro estadual na duplicação de um trecho de 210 km da Raposo Tavares entre Itapetininga e Ourinhos. “Será a maior obra do interior do Estado e só com recursos públicos.”

Pesquisas

A entrega de 21 estações do Metrô e da CPTM, no entanto, é considerada, por Alckmin, a “cereja do bolo”. Segundo o tucano, os novos ramais é que renderão a ele maior impacto às véspera da escolha do candidato e início da campanha. A definição, no entanto, não pode ser ainda mais protelada, disse o governador nesta quarta. “Se tivermos dois candidatos, podemos marcar prévias para o comecinho do ano. Não precisa ser decidido nada agora.”

Alckmin comentou a última pesquisa de intenção de voto para a presidente em que aparece com apenas 1,2% de votos (escolha espontânea), atrás de Doria (2,4%) – os dados foram divulgados, na terça-feira, 19, pela Confederação Nacional dos Transportes (CNT).

“Achei ótima a pesquisa. Estamos praticamente empatados. E eu não disputei eleição no ano passado. A última que disputei foi em 2014 e eleição para governador fica sempre escondida por causa da eleição para presidente. “Também não tenho viajado tanto e, em alguns cenários, até estou na frente”, afirmou. “Mas este não deve ser o parâmetro. Se fosse escolher por pesquisa, o segundo turno em São Paulo (para a Prefeitura) teria sido entre Celso Russomanno e Marta Suplicy.”

Durante o evento promovido pelo Centro de Liderança Pública (CLP), presidido pelo cientista político Luiz Felipe d’Ávila – um dos pré-candidatos do PSDB a suceder Alckmin -, o governador recebeu o apoio público do governador de Santa Catarina, Raimundo Colombo (PSD-SC). “Torço muito para ver o Geraldo numa nova missão, ele está preparado”, disse.

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