Aliado de Trump é condenado a 3 anos de prisão por obstruir investigação da Justiça

Roger Stone fez cinco declarações falsas em depoimento no Congresso e intimidou uma testemunha no processo

  • Por Jovem Pan
  • 20/02/2020 16h05 - Atualizado em 20/02/2020 16h48
EFE/EPA/SHAWN THEW roger-stone-trump Stone é um antigo consultor do presidente dos Estados Unidos

O antigo aliado do presidente Donald Trump, Roger Stone, foi condenado a três anos e quatro meses de prisão nesta quinta-feira (20) por tentativa de obstruir a investigação sobre a interferência russa nas eleições de 2016. Além de atrapalhar o trabalho da Justiça, Stone fez cinco declarações falsas em depoimento no Congresso e intimidou uma testemunha no processo, o radialista Randy Credico, inclusive com ameaças à sua vida.

O lobista se autodenomina um “malandro político”. Inicialmente, os promotores haviam pedido de sete a nove anos de prisão, mas horas depois de uma declaração de Trump de que a pena seria “injusta”, o Departamento de Justiça anulou a recomendação e sugeriu uma sentença mais branda.

A controvérsia cresceu ainda mais quando o Procurador-Geral dos Estados Unidos, William Barr, emitiu uma recomendação pedindo uma redução da pena pedida, o que levou à renúncia de quatro procuradores encarregados do caso.

O estrategista enfrentava cinco acusações de deturpação, mais uma de obstrução aos procedimentos oficiais e uma de adulteração de depoimentos, todas ligadas à investigação sobre o caso envolvendo a Rússia.

Segundo o Ministério Público, Stone atuou como elo entre a campanha de Trump em 2016 e a plataforma WikiLeaks, que divulgou e-mails roubados do Comitê Nacional do Partido Democrata, que teriam prejudicado a campanha da candidata presidencial da legenda, Hillary Clinton.

A equipe do promotor que conduziu a investigação sobre o caso com os russos, Robert Mueller, afirmou na ocasião que tinha provas de que Stone havia se comunicado com a plataforma WikiLeaks durante seu ataque ao servidor dos democratas, em 2016.

Ao proferir a decisão, a juíza Amy Berman Jackson, do tribunal distrital dos EUA para o Distrito de Columbia, criticou Stone por suas ações, mesmo quando comunicou que a pena seria menor do que a esperada. Jackson argumentou que o desprezo de Stone pela verdade deveria preocupar todos aqueles que prezam pela democracia americana, além de acusá-lo de encobrir Trump. “O desânimo e a repulsa pela beligerância do réu devem transcender o partido”, afirmou.

O parecer em um tribunal federal de Washington e ainda cabe recurso. Stone também deverá pagar multa de US$ 20 mil.

* Com EFE

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