Aliados de Dilma avaliam interrogatório como muito positivo para Dilma

  • Por Estadão Conteúdo
  • 30/08/2016 07h36
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Marri Nogueira/Agência Senado Lindbergh Farias (PT) após sessão de 15 horas de depoimento de Dilma Rousseff no processo de impeachment no Senado

No final do interrogatório da presidente afastada Dilma Rousseff, na noite desta segunda-feira, 30, a petista agradeceu aos parlamentares e foi aplaudida de pé por aliados. Ao final de sua fala, o plenário estava mais esvaziado e havia poucos governistas presentes no Senado. Defensores da petista ecoaram cantos como “Dilma, guerreira da pátria brasileira”.

Alguns convidados da acusação que assistiam à cena, em sua maioria representantes de movimentos sociais, reagiram com vaias e gritaram palavras como “golpistas”, porém o ato não diminuiu a animação da oposição, que avaliou o interrogatório como muito positivo para Dilma.

Para o senador Lindbergh Farias (PT-RJ), a sessão de hoje foi “um massacre” contra o impeachment e Dilma “desmontou o golpe” com as suas falas. “Saio daqui com a alma lavada”, declarou. Segundo ele, os aliados da presidente ainda estão conversando com parlamentares para tentar reverter votos.

“A gente ainda não jogou a toalha, sabemos que é difícil e que todos estão conversando com os dois lados, mas o jogo ainda pode virar”, disse Lindbergh. Ele afirmou que há um grupo de seis senadores que sinalizou que pode mudar de voto, porém eles só farão isso com a garantia de que todos votarão juntos.

Advogado da defesa, José Eduardo Cardozo considerou que Dilma se apresentou com a clareza de uma chefe de Estado acusada injustamente. “Dilma foi absolutamente correta nas declarações e não se furtou a responder nenhuma pergunta”, disse.

Segundo Cardozo, não se pode afastar uma presidente por pretextos tão frágeis quanto os da acusação. “Se for uma situação de razoabilidade, o depoimento de Dilma altera todos os votos, mas há componentes que fogem à justiça, prova disso é que esse processo chegou até aqui. (…) Será uma pena o País sofrer essa violência.”

O presidente do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski, anunciou que a sessão desta terça-feira, 31, começará às 10h. Já há cerca de 60 senadores inscritos para falar, por no máximo dez minutos. Além deles, defesa e acusação possuem, no total, até cinco horas para exposições. A expectativa é de que a votação final da denúncia ocorra na manhã da quarta-feira, 31.

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