Aliados históricos já falam em candidatura própria em 2018

  • Por Estadão Conteúdo
  • 04/10/2016 08h27
Lula em ato no Rio de Janeiro EFE/ANTONIO LACERDA Imagens do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva - EFE

Diante do enfraquecimento do PT, aliados históricos da sigla que obtiveram bons resultados nas eleições municipais já falam em lançar candidatos à Presidência em 2018. É o caso do PCdoB e o PDT.

A avaliação de dirigentes das duas siglas é de que hoje o PT tem apenas um nome natural para 2018, que é o ex-presidente Lula, e que essa candidatura poderá ser inviabilizada com o avanço da Operação Lava Jato.

“Eu, pessoalmente, defendo que o PCdoB tenha um candidato a presidente”, disse o deputado Orlando Silva (SP). Ele sugeriu nomes como o governador do Maranhão, Flávio Dino, e do ex-ministro Aldo Rebelo. “Temos de repensar o projeto da esquerda e, para isso, é preciso colocar novos nomes para a sociedade brasileira”, defendeu.

O PCdoB conquistou 80 prefeituras este ano frente as 54 de 2012. O crescimento se deve à influência de Dino, que conseguiu eleger 46 prefeitos do partido somente no Maranhão.

Para o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, o crescimento do partido foi o primeiro movimento para consolidar a candidatura do ex-ministro Ciro Gomes em 2018. “Esse é um cenário irreversível”, disse. Para Lupi, chegou a vez de o PT apoiar uma candidato que represente o campo da centro-esquerda.

O PSOL também considera “impossível” apoiar um candidato do PT em 2018, ou mesmo fazer parte de uma frente mais ampla de esquerda para a sucessão. “A frente tem de ser da sociedade, não dos partidos”, disse deputada Luiza Erundina, candidata derrotada em São Paulo.

Segundo o deputado Chico Alencar (RJ), a tendência hoje é que o PSOL lance candidato próprio em 2018. O partido comemorou o desempenho nas eleições municipais, apesar de ter eleito apenas dois prefeitos no domingo. A aposta da sigla, no entanto, é que Marcelo Freixo consiga vencer no segundo turno no Rio.

Para o líder do PT na Câmara, Afonso Florence (BA), a derrota se deve ao momento político e pode ser revertida no futuro. Ele, porém, diz que o partido estará aberto a analisar opções de outras legendas para 2018. “Se surgir alguém com densidade eleitoral, com articulação política para liderar, o PT vai ter que sentar e discutir “, disse.

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