Aloysio Nunes cobra que Janot abra investigação contra Dilma

  • Por Jovem Pan
  • 27/08/2015 11h17
Agência Brasil Aloysio Nunes Ferreira

Em entrevista exclusiva à Jovem Pan, o senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), elogiou o Ministério Público e o trabalho do procurador-geral Rodrigo Janot, reconduzido ao cargo nesta quarta-feira (26), à frente da Operação Lava Jato, mas pediu que Janot aprofunde as investigações para o ex-presidente Lula e a presidente Dilma.

Nunes diz que questionou Janot sobre a questão na sabatina de mais de 10 horas no Senado nesta quarta, mas recebeu a resposta de que haveria impedimentos jurídicos para que a presidente da República fosse responsabilizada. “Ser responsabilizado é uma coisa e ser investigado é outra. Se, no entendimento do Supremo, não pode haver processo judicial, nada impede um processo que haja investigação, que é um processo administrativo, prévio ao processo judicial”, contra-argumentou Nunes.

“Existe uma quadrilha sem chefe? Até onde vai essa indicação?”, questiona Nunes. Ele cita que o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu foi preso por suas ligações com Renato Duque, ex-diretor de Serviços da Petrobras. “Alguém nomeou Renato Duque (…) Esse alguém é o Lula”, sugere.

“É impossível que uma trama dessa tenha se tecido sem que o presidente Lula, que nomeou essa gente toda para postos da Petrobras, e a presidente Dilma, que era ministra de Minas e Energia, presidente do Conselho de Administração, não tivessem se dado conta do que estava acontecendo e não tivessem tomado nenhuma medida para coibir e desfazer essa história”, opinou o senador tucano.

“Ele (Janot) poderia ter recorrido ao plenário do supremo para rever essa decisão do ministro Zavascki para que pudesse haver pelo menos uma investigação da presidente, não só pela pela sua omissão do petrolão, mas também pelos aspectos penais, das pedaladas (fiscais)”, acrescentou Nunes.

O Tribunal de Contas da União julga as finanças de 2014 do governo federal e deu para Dilma mais 15 dias para apresentar sua defesa por supostas irregularidades de R$ 104 bilhões de créditos aprovados sem a autorização do Congresso. Nunes opina que “é prazo demais” e acusa Dilma de “esconder a situação fiscal do país mediante truques contábeis”.

“É crime contra a responsabilidade fiscal fazer o que o governo da presidente Dilma fez, o que ela fez”, diz o senador. Para ele, as pedaladas “estão plenamente caracterizadas indpendentemente do julgamento do TCU”. “Não dá para tapar o sol com a peneira”, determina Nunes, sugerindo que o prazo extra não aliviará o governo.

Acordão?

Nunes disse também durante a entrevista ter consideradas “satisfatórias” as explicações de Janot sobre suposto acordão que ele nega ter feito com o presidente do Senado Renan Calheiros (PMDB). “Eu não vejo o que o dr. Janot teria pra trocar com Renan Calheiros”, avalia.

Ele sugere, entretanto: “Vamos ver aí se existe esse triângulo amoroso: Renan, Dilma e Janot”.

“Não há dúvidas nenhuma de que Renan calheiros tirou a presidente Dilma para dançar”, metaforiza. “Existe um entendimento entre eles. O presidentde do Senado estendeu uma boia para a presidente Dilma, que vinha naufragando em meio a uma crise política muito forte”, opina Aloysio Nunes.

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