Alvo da Lava Jato que estava foragido é preso em Portugal; PF espera extradição
A Polícia Federal informou que Raul Schmidt, empresário alvo da Lava Jato que estava foragido em Portugal, foi preso na cidade de Sabugal, a uma hora de carro da capital do país europeu, Lisboa. Ele foi preso por volta das 12h30 deste sábado (3).
A PF aguada agora a extradição de Schmidt para o Brasil e o empresário pode ficar preso em Curitiba, pois responde à ação na 13ª Vara Federal, perante o juiz Sergio Moro. A prisão do investigado teve a ajuda da Interpol e da Polícia Federal em Portugal.
Apontado como operador em esquemas de corrupção da Petrobras, o luso-brasileiro estava proibido de sair de Portugal sem autorização e era obrigado a se apresentar semanalmente às autoridades do país, o que não havia ocorrido nas últimas vezes.
A polícia de Portugal procurava pelo empresário, desde que saiu a decisão, nesta semana, sobre a extradição para o Brasil.
Acusações
De acordo com o Ministério Público Federal, Raul Schmidt intermediou pagamentos de propina para ex-gerentes e ex-diretores da Petrobras por meio de contas no exterior.
Ele também teria atuado ilegalmente em favor de empresas estrangeiras interessadas em contratos para a construção de plataformas de petróleo.
Em março de 2016, o empresário foi preso em Portugal na primeira fase internacional da Lava Jato (a 25ª da Operação).
Ao mesmo tempo, as autoridades brasileiras entraram com pedido de extradição, mas a justiça portuguesa deu a ele o direito de aguardar o processo em liberdade. Schmidt possui cidadania portuguesa.
Esgotados todos os recursos, foi determinado que ele fosse enviado ao Brasil.
Para o procurador do Ministério Público Federal, Diogo Castor, Raul Schmidt exerceu um papel muito importante na organização criminosa da Petrobras.
Castor destacou a necessidade da prisão. “Tem uma importância salutar, tanto no caráter de repressão a que tudo foi feito como de prevenção de que ele continue agindo, movimentando seus valores escusos no exterior e tirando proveito de seus crimes”, disse em entrevista à Jovem Pan.
Naturalizado português em 2011, Raul Schmidt conseguiu no ano passado a cidadania portuguesa.
O advogado do empresário, no Brasil, Antonio Carlos de Almeida, conhecido como Kakay, explica que se a extradição for feita, abrirá um precedente perigoso.
“É a primeira vez que se enfrenta isso. O Brasil nunca extraditou um brasileiro nato, assim como o Estado de Portugal nunca extraditou um português nato. A decisão anterior se deu sob o prisma de que ele era um português naturalizado. Essa não é a situação atual”, disse o advogado.
A defesa de Raul Schmidt negou que ele estivesse foragido.
De acordo com o Ministério Público Federal, o empresário deverá ser mandado de volta ao Brasil e ficará preso à disposição da Justiça.
No Brasil, ele responde por corrupção, organização criminosa e lavagem de dinheiro.
Com informações de Natacha Mazzaro
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