Alvos da PF negam ligação com empresa do navio acusado de vazamento
A Operação Mácula, deflagrada pela Polícia Federal nesta sexta-feira (1º), apontou o navio grego Bouboulina como o causador da tragédia ambiental que acomete o litoral do Nordeste desde o final de agosto
As duas empresas que tiveram mandados de busca e apreensão cumpridos pela Polícia Federal (PF) na manhã desta sexta-feira (1º) quando foi deflagrada a Operação Mácula, que investiga o vazamento de óleo em praias do Nordeste brasileiro, emitiram notas nas quais negam envolvimento com o caso.
Enquanto a Lachmann Agência Marítima afirmou “não ser alvo da investigação”, a Witt O’Brien’s Brasil declarou que “jamais” teve como cliente da empresa Delta Tankers cujo navio Bouboulina é apontado como causador da tragédia ambiental. Nem o nome da companhia, nem o da embarcação são citados no texto.
No início da manhã desta sexta, agentes da PF estiveram nas sedes das duas empresas, na região central do Rio. Cumpriam mandados de busca e apreensão emitidos pela 14ª Vara Federal Criminal do Rio Grande do Norte.
Ainda durante a manhã, um representante da Witt O’Brien’s Brasil disse que os agentes da PF não levaram nenhum documento da sede. À tarde, a empresa encaminhou nota negando ter entre seus clientes o navio de bandeira grega apontado como sendo o responsável pelo vazamento de óleo.
“Países como Canadá, Estados Unidos, Panamá e Argentina exigem que os navios que se dirigem aos seus portos tenham contratos pré-estabelecidos com empresas de atendimento e gerenciamento de emergências”, informou a Witt O’Brien’s Brasil.
“A Witt O’Brien’s americana é uma das grandes provedoras desse tipo de serviço de prontidão para gerenciamento de emergências em navios nos Estados Unidos, porém seus contratos não guardam nenhuma relação com a empresa no Brasil”, diz o texto.
A outra empresa alvo dos policiais federais na manhã desta sexta foi a Lachmann Agência Marítima. Em nota, a empresa declarou que “não é alvo da investigação da Polícia Federal sobre o vazamento de óleo que atingiu a costa do Brasil”. Afirmou ainda que a agência “foi tão somente solicitada pela Polícia Federal a colaborar com as investigações”.
Ainda segundo a Lachmann, “a agência marítima é uma prestadora de serviços para as empresas de navegação, não tendo nenhum vínculo ou ingerência sobre a operacionalidade, navegabilidade e propriedade das embarcações”.
Confira a nota na íntegra da Witt O’Briens Brasil:
“Na manhã desta sexta-feira (01/11), a Polícia Federal esteve na sede do escritório da Witt O’Brien’s Brasil, no Rio de Janeiro, para ação da operação “Mácula”, que investiga a procedência do atual vazamento de óleo na costa brasileira.
Prezando pela transparência, a Witt O’Brien’s informa que, esse navio ou seu armador JAMAIS foi cliente da Witt OBriens no Brasil, e que o Brasil não exige que navios tenham contratos pré-estabelecidos para combate a emergências.
A Witt O’Brien’s Brasil informa também que países como Canadá, Estados Unidos, Panamá e Argentina exigem que os navios que se dirigem aos seus portos tenham contratos pré-estabelecidos com empresas de atendimento e gerenciamento de emergências.
A Witt O’Brien’s americana é uma das grandes provedoras desse tipo de serviço de prontidão para gerenciamento de emergências em navios nos Estados Unidos, porém seus contratos não guardam nenhuma relação com a empresa no Brasil. No Brasil, esse tipo de exigência não existe e esse tipo de contrato não é praticado pela Witt O’Briens Brasil.
A Witt O’Brien’s Brasil afirma que está à disposição das autoridades brasileiras e que contribuirá com todas as informações necessárias.”
Confira a nota na íntegra da Lachman Agência Marítima:
“A Lachmann Agência Marítima esclarece que não é alvo da investigação da Polícia Federal sobre o vazamento de óleo que atingiu a costa do Brasil. A agência foi tão somente solicitada pela Polícia Federal a colaborar com as investigações. A agência segue à disposição das Autoridades para quaisquer informações adicionais.
Fundada em 1927, a Lachmann Agência Marítima atende vários navios de diversos armadores que escalam os portos brasileiros, fornecendo serviços relacionados à entrada e saída nos portos. Esses serviços correspondem ao atendimento das normas relacionadas aos órgãos anuentes, como Anvisa, Capitania dos Portos, Polícia Federal, Receita Federal, Docas e outros, e coordenação da contratação de serviços portuários relacionados, como praticagem, rebocadores, lanchas de amarração e outros.
A agência marítima é uma prestadora de serviços para as empresas de navegação, não tendo nenhum vínculo ou ingerência sobre a operacionalidade, navegabilidade e propriedade das embarcações.”
*Com informações do Estadão Conteúdo
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