Andrade confessa que pagou com caixa dois dívida de campanha de Dilma de 2010

Presidente Dilma Rousseff - EFE

Onze executivos da empreiteira Andrade Gutierrez confessaram ao Ministério Público Federal que pagaram por meio de um contrato falso (o que configura caixa dois) uma dívida que “superava os R$ 5 milhões” da campanha do primeiro mandato da presidente Dilma Rousseff, em 2010.

A receptora do dinheiro ilegal seria a agência Pepper, que trabalhou na área de comunicação da campanha petista. A revelação é de Márcio Falcão, do jornal Folha de S. Paulo.

Caso comprovada a denúncia, o atual mandato da presidente da República não poderá ser implicado junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), uma vez que o governo a que a campanha se destinava terminou em 2014. Ações criminais sobre o episódio, no entanto, são possíveis de acontecer, lembra o jornal.

A revelação faz parte de um acordo de leniência entre o MPF e a Andrade Gutierrez, que vai devolver R$ 1 bilhão aos cofres públicos, além de ter 11 executivos entre os delatores sobre os esquemas de propina de que a empresa participou. Em troca, a empreiteira poderá participar de licitações futuras com o governo.

Oficialmente, a empreiteira deu R$ 5,1 milhões à campanha de Dilma em 2010, em três doações declarados à Justiça Eleitoral. O comitê da campanha declarou, por sua vez, gastos de R$ 6,4 milhões com a agência Pepper.

PT, PMDB, estádios, Angra 3 e Belo Monte

A reportagem revelou ainda que obras da Andrade Gutierrez na usina Angra 3, na hidrelétrica de Belo Monte, na Petrobras e em três estádios da Copa do Mundo (Maracanã, Mané Garrincha e Arena Amazonas) contaram com esquema de propina.

Nesses casos, o PT e o PMDB receberiam o dinheiro em forma de doações eleitorais legais em troca de beneficiar a empreiteira nas obras públicas.