André Vargas também opta pelo silêncio em reunião da CPI da Petrobras
O ex-deputado André Vargas é a terceira pessoa interrogada hoje pela CPI da Petrobras, em Curitiba (PR), a optar pelo direito constitucional de permanecer calado. Depois de cumprimentar alguns deputados da CPI, ele disse que respeita o Parlamento, mas que ficará em silêncio.
“Eu sempre fui um defensor do Parlamento, principalmente quando era vice-presidente da Câmara, mas vou permanecer calado”.
“O senhor não vai responder a pergunta alguma ou vai responder algumas perguntas?”, perguntou o deputado Luiz Sérgio (PT-RJ), relator da CPI.
“Não vou responder a nenhuma pergunta”, esclareceu.
Ele se recusou a responder quetionamentos sobre sua relação com o doleiro Alberto Youssef e o laboratório Labogen – para o qual, segundo suspeita da Polícia Federal, ele teria feito lobby junto ao Ministério da Saúde.
Entenda a acusação
André Vargas foi preso em uma investigação que não tem relação direta com desvios da Petrobras. Ele é suspeito de envolvimento em um esquema de fraude em contratos de publicidade firmados pelo Ministério da Saúde e pela Caixa Econômica Federal (CEF).
Vargas teve o mandato cassado no ano passado depois de ter usado um jatinho alugado por Youssef. Ele foi acusado ainda de tentar intermediar negócios de Youssef, dono de um laboratório de medicamentos, o Labogem, com o Ministério da Saúde.
Segundo a investigação dessa nova fase da Operação Lava Jato, uma agência de publicidade contratada pela Caixa Econômica e pelo Ministério da Saúde subcontratava fornecedoras de materiais publicitários que eram de fachada e tinham como sócios André Vargas e o irmão dele, Leon Vargas. O irmão de Vargas também chegou a ser preso e foi liberado com o fim do prazo da prisão temporária.
O ex-deputado ficou famoso ao fazer um gesto de punhos erguidos durante uma sessão solene da Câmara em que estava sentado ao lado do ex-presidente do Supremo Tribunal Federal Joaquim Barbosa. “O senhor se arrepende desse gesto?”, perguntou o deputado Celso Pansera (PMDB-RJ). “Não vou responder”, disse o deputado.
“O senhor André Vargas, quando era deputado, era um falastrão. Agora é um caladão”, provocou o deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS).
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