Ciro sobre vazamentos: Anular processo não quer dizer que Lula é inocente

  • Por Jovem Pan
  • 25/06/2019 11h42 - Atualizado em 25/06/2019 11h48
Wilton Junior/Estadão Conteúdo “Eu acho que o Supremo vai empurrar com a barriga esperando a qualidade das novas informações que vem por aí", analisou Ciro

Para Ciro Gomes, em entrevista ao Morning Show desta terça-feira (25), os vazamentos de conversas atribuídas ao então juiz Sergio Moro com Deltan Dallagnoll, procurador da Lava Jato, uma eventual anulação de condenações não prova inocência.

“Politicamente, não sei o que vai acontecer. No mundo real, fora dos autos, é preto ou branco. Você é favor ou contra a Lava Jato. É Lula Livre ou Lula Preso”, analisou Ciro.

No entanto, ele deu a sua análise sobre o que deve acontecer: “Eu acho que o Supremo vai empurrar com a barriga esperando a qualidade das novas informações que vem por aí. E aí vai esperar a condenação do Lula no outro processo, que não é inclinado de nulidade porque a juíza [Gabriela Hardt] não está nas fitas [vazamentos]”.

“Anular [condenações] não quer dizer que Lula é inocente, como diz o PT, que quer enganar as pessoas, quer dizer que o processo todo é rasgado, menos a denúncia, e aí começa tudo de novo, ouve as testemunhas, provas e julga de novo”, ressaltou Ciro.

O político destacou que “estamos falando de 123 picaretas de alto coturno presos pela Lava Jato. Estamos falando de Geddel Vieira de Lima, Eduardo Cunha, Antônio Palocci, réu confesso”.

Mesmo assim, a lei brasileira afirma que o juiz não pode aconselhar partes. “Se o faz, ai na condição técnica de suspeito, não estamos injuriando o Moro, condição legalmente prevista.. Aquele não tem a devida isenção, distanciamento das partes.”

Juridicamente, Ciro também traçou análise: “As partes vão lutar dentro dos processos, de um por um. Para a Justiça, vale o que está nos autos, notícia de jornal é política. Não tem essa informação nos autos. Advogados vão entrar com tudo isso de informação que saiu e ainda vai sair”.

“O MP vai impugnar, porque vai dizer que foi obtida de forma ilícita. Vai cair em uma perícia, a PF vai ser chamada. Como jornal, a Intercept não vai fazer, jornalista tem proteção constitucional. A prova obtida de forma nula, é nula”, concluiu.

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