Apadrinhado de Russomanno mantém cargo na pasta do Esporte

  • Por Agência Estado
  • 03/04/2016 21h01
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Brasil, São Paulo, SP, 19/07/2012. O candidato à prefeitura de São Paulo, Celso Russomano (PRB), visita a Capela de Santo Expedito, no bairro do Bom Retiro, região central da capital paulista, durante campanha eleitoral. - Crédito:Cris Faga/AE/AE/Codigo imagem:121439 Cris Faga/Agência Estado Celso Russomano

O pré-candidato a prefeito de São Paulo pelo PRB, deputado federal Celso Russomano, é responsável pela indicação de um dos cargos mais cobiçados do Ministério do Esporte, a Secretaria de Política Nacional de Futebol e Defesa de Direitos do Torcedor. O posto é ocupado por Rogério Hamam desde que o PRB assumiu o comando da pasta, no começo de 2015.

No último dia 16, Russomanno chegou a dar declarações de que o PRB havia rompido com o governo “Não temos nenhum caminho. Não sabemos o motivo do governo estar aí. Estamos acompanhando a crise que só se aprofunda. O PRB, por unanimidade, decidiu sair da base do governo e vai apoiar a abertura do processo de impeachment”, afirmou o deputado.

O PRB, no entanto, voltou atrás e o nome indicado por Russomanno permanece dando expediente no Ministério do Esporte, sem previsão de sair. Em entrevista ao Estado, o secretário Rogério Hamam confirmou sua ligação política com o deputado do PRB e disse que não pretende pedir demissão.

“(A demissão) é uma atribuição do ministro. No momento que ele achar oportuno, eu estou à disposição”, disse Hamam. “O timing (tempo) é dele. O ministro pode fazer isso amanhã, daqui uma semana ou daqui um mês”, explicou.

A situação de Hamam é similar a de outros dois filiados do PRB com cargos de secretário na pasta: Carlos Geraldo Santana, da Secretaria Nacional de Esporte, e Marcos Jorge de Lima, da Secretaria-Executiva – segundo cargo mais importante da pasta. 

O PRB passou a controlar o Ministério do Esporte em janeiro de 2015, com a nomeação de George Hilton para a vaga de ministro. De lá para cá, no entanto, ele se desentendeu com Marcos Pereira, presidente nacional da sigla, que funciona como braço político da Igreja Universal.

Na semana passada, a presidente Dilma Rousseff fez o PRB rever seu rompimento com o governo. Ela aceitou a demissão de Hilton e pediu que Pereira sugerisse um novo nome para a pasta. O presidente do PRB confirmou que indicou três pessoas, entre elas Ricardo Leyser – que é filiado ao PC do B.

Como o jornal O Estado de S.Paulo publicou ontem, um dia após a troca de cadeiras, o contrato de publicidade do ministério foi prorrogado sem licitação. A medida beneficiou Sidney Campos, dono da Fields Comunicação, empresa que compartilha com a PPR Profissionais de Propaganda o contrato de publicidade do Ministério do Esporte, no valor total de R$ 44 milhões. 

Campos tem ligação com o PRB. Ele já foi filiado ao partido e tem um irmão que já foi candidato a deputado estadual pela sigla em Tocantins. O empresário também é amigo de políticos do PC do B, como o deputado federal Orlando Silva Júnior (SP). 

Orlando foi ministro do Esporte entre 2008 e 2011. No mesmo período, as empresas de Campos cuidaram das contas de publicidade do ministério. No ano passado, os dois passaram o réveillon juntos. Antes das eleições municipais de 2012, Orlando chegou a negociar o apoio do PC do B a Russomanno. Os comunistas, porém, acabaram fechando com Fernando Haddad (PT), que venceu o pleito.

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