Após assembleia, sindicato decide manter greve no metrô de SP; linhas operam parcialmente

Decisão pela manutenção da paralisação após a Justiça rejeitar a liberação das catracas, ideia sugerida pelo sindicato visando atender os passageiros

  • Por Jovem Pan
  • 23/03/2023 15h57 - Atualizado em 23/03/2023 18h35
WAGNER VILAS/ENQUADRAR/ESTADÃO CONTEÚDO Estação Tucuruvi do Metrô de SP Passageiros do lado de fora da estação Tucuruvi, da linha 1 - Azul

O Sindicato dos Metroviários decidiu manter a greve no metrô de São Paulo após uma assembleia realizada na tarde desta quinta-feira, 23. A paralisação afeta as linhas 1-Azul, 2- Verde, 3- Vermelha e 15- Prata do Metrô. A decisão pela manutenção da paralisação após a Justiça rejeitar a liberação das catracas, ideia sugerida pelo sindicato visando atender os passageiros, e determinar que os trens voltassem a operar normalmente. A greve no metrô começou na madrugada desta quinta-feira. “A greve continua. Mantemos nossa disposição de operar o metrô com catracas liberadas caso o governo honestamente aceite essa proposta e autorize o metrô a funcionar”, publicou sindicato no Twitter. A entidade afirma que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) mentiu em romper o acordo sobre as catracas livres. “Às 10h18m foi publicada a decisão do TRT que proibiu a liberação das catracas. Ficou então nítido que Tarcisio mentiu. Enquanto afirmava para a população e para os metroviários que liberaria as catracas, recorreu à Justiça para impedir que a população pudesse usar o metrô. A Justiça não tomou a decisão sozinha. O Tribunal apenas atendeu a um pedido formal do governador. Ficou nítida a má fé e o desrespeito”, disse o sindicato.

A entidade reiterou que manterá a paralisação. “Seguimos nosso movimento grevista até que o governador negocie nossos direitos”. As linhas Azul, Verde e Vermelha respondem por 90% dos 2,8 milhões de passageiros transportados por dia por todo o Metrô de São Paulo. Entre as reivindicações do Sindicato dos Metroviários de São Paulo, estão o fim das terceirizações e a contratação de novos funcionários para diminuir o déficit de empregados gerados nos últimos anos. Os trabalhadores também pedem o pagamento do abono salarial dos últimos anos. Por outro lado, a empresa afirma que tudo que está reivindicado vem sendo cumprido. “O Metrô entende que não há justificativa para que o Sindicato dos Metroviários declare greve reivindicando o que já vem sendo cumprido pela empresa, sendo que tal atitude só prejudica a população que depende do transporte público”, afirmou a companhia. O governo de São Paulo disse que o assunto está sendo tratado pelo Metrô e que governador não se envolveu na negociação em nenhum momento.

O Metrô informou que as linhas afetadas estão operando parcialmente. Na Linha 1 – Azul, a circulação ocorre entre Ana Rosa a Luz. Na Linha 2 -Verde, a operação ocorre entre as estações Alto do Ipiranga e Clínicas. Já na Linha 3- Vermelha, o atendimento ocorre no trecho entre as estações Santa Cecília e Bresser-Mooca. A Linha 15-Prata permanece fechada.

Ainda nesta quinta-feira, o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) derrubou o acordo.  Por meio de comunicado, o Metrô informou que a totalidade dos funcionários não teria retornado aos postos de trabalho, conforme foi acordado. “A Companhia do Metropolitano de São Paulo, diante da continuidade da paralisação por parte do Sindicato dos Metroviários mesmo com a liberação das catracas, obteve na manhã desta quinta-feira, 23, liminar que determina o funcionamento de 80% do serviço do metrô nos horários de pico (entre 6h e 10h e entre 16h e 20h) e com 60% nos demais horários, durante todo o período de paralisação, com cobrança de tarifa”. As cinco linhas da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) seguem operando normalmente, segundo informou a própria companhia.

 

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