Após controvérsia, Parada do Orgulho LGBTI no Rio toma orla de Copacabana

  • Por Estadão Conteúdo
  • 19/11/2017 18h39
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Estadão Conteúdo Movimentação durante a 22ª Parada do Orgulho LGBTI, na Praia de Copacabana

Começou na tarde deste domingo, 19, a 22ª Parada do Orgulho LGBTI do Rio de Janeiro, na orla da Copacabana, na zona sul da cidade. Tradicional, a Parada esteve no meio de uma controvérsia entre o Grupo Arco-Íris de Cidadania LGBTI, organizador do evento, e a prefeitura do Rio. Segundo o grupo, a gestão municipal cortou o apoio financeiro oferecido em outras edições da Parada.

Mesmo com as dificuldades, o Arco-Íris conseguiu patrocínio da iniciativa privada para viabilizar o evento. Serão seis trios elétricos, que desfilam ao longo da Avenida Atlântica, na orla de Copacabana. Aos domingos, a via tem uma das pistas fechadas aos carros para funcionar como área de lazer.

Entre as atrações, estão previstos shows das cantoras Daniela Mercury e Preta Gil. Preta está no trio abre-alas, onde também cantará Pabllo Vittar. Daniela terá um trio só para ela. Além disso, diversos DJs tocarão nos trios elétricos.

O orçamento total da festa é de R$ 600 mil, segundo o Arco-Íris. Uma campanha de financiamento coletivo levantou apenas R$ 12,8 mil. Em nota publicada em sua conta no Facebook, o Arco-Íris acusa a prefeitura de fazer uma “mistura de religião e governança”. O prefeito do Rio, Marcelo Crivella (PRB), é bispo licenciado da Igreja Universal do Reino de Deus, além de sobrinho do bispo Edir Macedo, principal líder da igreja.

Ao longo da controvérsia com a prefeitura, o evento vem sendo tratado pelos ativistas como “parada da resistência”. “A principal Parada do Rio de Janeiro – existente desde 1995 – não vai deixar de acontecer por falta de apoio dessa gestão”, diz a nota publicada nas redes sociais.

A prefeitura do Rio negou a falta de apoio. Segundo o município, a estrutura de apoio ao evento deste domingo, 19, exigiu investimento de “quase” R$ 500 mil, com a mudança no trânsito da região e a prestação de serviços da Guarda Municipal, da CET-Rio, da companhia de limpeza Comlurb, entre outros órgãos.

Além disso, conforme nota enviada pela prefeitura, o projeto “Mês da Diversidade”, elaborado pela Coordenadoria Especial de Diversidade Sexual em parceria com a produtora Four X, foi aprovado pelo Ministério da Cultura para captar recursos com incentivo fiscal via Lei Rouanet, como anunciado em outubro. A aprovação autoriza captação de até R$ 1,372 milhão.

“Esse valor será investido nas passeatas de Copacabana e Madureira que acontecem ainda este ano, por meio da Four X, captadora responsável”, diz a administração municipal.

Quando a prefeitura anunciou a aprovação do projeto pelo Ministério da Cultura, o Arco-Íris divulgou nota negando que os patrocínios captados com empresas como Uber e Ambev tenham sido intermediados pela gestão municipal.

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