Após fala de Meirelles, Maia liga para Temer para saber posição sobre repatriação
Rodrigo Maia foi eleito presidente da Câmara
Rodrigo MaiaAs declarações do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, em Nova York levaram o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), a ligar para o presidente Michel Temer nesta quarta-feira, 12, para saber a posição do governo em relação ao projeto que altera as regras do programa de repatriação. “Liguei antes do almoço para saber a posição do governo”, disse Maia ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado. “Ele disse que entendia as mudanças e achava bom o acordo para atender aos governadores também”, acrescentou Maia sobre o acordo referente à parcela da arrecadação com a repatriação a que os Estados terão direito. Mais cedo, em entrevista a jornalistas em Nova York, Meirelles indicou ser contra as mudanças no programa de repatriação de recursos enviados e mantidos ilegalmente no exterior. O ministro disse considerar a atual lei, que rege o programa, “bastante adequada”. “Caso não seja pautada e aprovada uma nova lei, acredito que está bem”, disse.
A falta de acordo com o PT sobre a parcela da receita com a repatriação a que os Estados terão direito levou Maia a anunciar, na terça-feira, 11, que engavetaria o projeto que altera as regras do programa. Pela lei em vigor, Estados e municípios só terão direito a receber parte do Imposto de Renda (IR) cobrado do contribuinte sobre o valor repatriado. O PT, porém, quer que os Estados também tenham direito a parte da multa que será cobrada. Inicialmente, a sigla queria que recebessem parte de toda a multa arrecadada. Maia e o governo não aceitaram e fizeram uma contraproposta para que Estados tenham direito a parte da multa quando ela exceder R$ 25 bilhões
Segundo Maia, os governadores chegaram a aceitar a oferta, mas o PT foi contra e anunciou que obstruiria a votação do projeto. Com poucos deputados em plenário nessa terça-feira, 11, Maia precisava do apoio dos petistas para votar o projeto simbolicamente. Qualquer pedido de votação nominal da sigla impossibilitaria a votação.
Logo após anunciar que engavetaria a proposta, o presidente da Câmara conversou ontem (11) com Temer e o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, no Palácio do Planalto. Ouviu que o governo tinha interesse no acordo, porque significaria uma resposta aos pedidos de ajuda financeira dos Estados. O presidente da Câmara indicou ao Broadcast estar disposto a recuar e pautar o projeto novamente, desde que haja acordo sobre a proposta. “Vamos ver. Preciso da posição do PT, pois o texto já está colocado”, disse. No entanto, Maia afirmou que não acredita que os petistas vão aceitar o texto do projeto.
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