Após ser cassado, Cunha promete livro e diz não fazer delação: “não sou criminoso”

  • Por Jovem Pan
  • 13/09/2016 00h29
DF - CUNHA/CÂMARA/CASSAÇÃO - POLÍTICA - O deputado afastado e ex-presidente da Casa Eduardo Cunha (PMDB-RJ) (ao centro, de gravata amarela) acompanha a votação do plenário da Câmara, que decidiu por sua cassação, por 450 votos a favor, 10 contra e nove abstenções, em Brasília, nesta segunda- feira, 12. Cunha torna-se o primeiro presidente da Câmara a perder o mandato no comando da Casa quando foi alvo da representação da Rede e do Psol. As duas legendas acusaram- no de quebrar o decoro parlamentar ao mentir que não possuía contas secretas na Suíça, durante depoimento à CPI da Petrobras, em março do ano passado. Sem o mandato de deputado, Cunha vira ficha-suja e ficará inelegível a até pelo menos fevereiro de 2027, quando terá 68 anos. Também perderá direito ao foro privilegiado. 12/09/2016 - Foto: ANDRÉ DUSEK/ESTADÃO CONTEÚDO ANDRÉ DUSEK/ESTADÃO CONTEÚDO Eduardo Cunha acompanha votação que culminou na cassação no seu mandato de deputado

O agora ex-deputado Eduardo Cunha afirmou que fará um livro contando conversas e tudo que aconteceu antes e durante a apresentação do pedido de impeachment. Cunha, que foi cassado com um total de 450 votos, disse ainda que não fará uma delação por não ser criminoso.

“Eu vou escrever um livro sobre o impeachment e isso (o que aconteceu no processo) será tornado público. (…) Só faz delação quem é criminoso, então eu não sou criminoso, eu não faço delação”, afirmou o ex-presidente da Câmara dos Deputados.

Segundo Eduardo Cunha, ele virou um troféu para se proclamar o discurso do “golpe” pelo PT. O ex-deputado disse ainda ser “absurdo” o fato de não conseguir algo que foi feito com a presidente Dilma, de perder o cargo, mas não os direitos políticos.´

“Chegar ao absurdo de, se o presidente do Supremo, conduzindo a sessão do Senado Federal, aceita destaque com base no artigo da Câmara, o presidente da Câmara não aceita o mesmo destaque na própria Câmara. Então isso mostra que na realidade houve uma pauta, um compromisso, que estavam envolvidos o acordo do presidente da Casa de pautar e me cassar. Então isso já era sabido”, afirmou Cunha.

O ex-deputado disse ainda que se julga inocente. Ao ser questionado se acha que vai ser preso, Cunha disse “não achar nada” e que vai responder à denúncia. Sobre expor outros fatos que ocorreram enquanto era parlamentar, ele disse que vai entrar em contato com a imprensa “quando for lembrando de alguma coisa”.

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