Após ser demitida, candidata de Renan ao CNJ diz sofrer ‘perseguição política’

  • Por Estadão Conteúdo
  • 03/11/2016 16h59
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Reprodução/YouTube Ana Luísa Marcondes

Na disputa por uma vaga ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ), a advogada Ana Luísa Marcondes disse que tem sofrido “perseguição política” após ter sido exonerada do cargo de assessora da Corregedoria Nacional do Ministério Público na semana passada.

Para ela, o corregedor nacional, Cláudio Portela, tomou a decisão de afastá-la por influência do subchefe para Assuntos Jurídicos da Casa Civil, Gustavo do Vale da Rocha, que ocupa uma cadeira no Conselho Nacional do MP. Seu braço direito no Palácio do Planalto, Felipe Cascaes, também concorre à vaga do CNJ. “É muita coincidência me demitirem do cargo na Corregedoria na véspera da votação sobre a vaga no CNJ”, afirma.

Portela, no entanto, nega a influência de Rocha sobre a decisão de dispensar a funcionária. Segundo ele, a demissão aconteceu após o jornal O Estado de S. Paulo mostrar que Ana Luísa foi assessora do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), alvo da Operação Lava Jato. “Um funcionário do órgão não pode ter ligações políticas. Eu tenho que proteger a Corregedoria Nacional de qualquer ideia de que possa haver qualquer ingerência de quem quer que seja no órgão”, disse. 

O subchefe para Assuntos Jurídicos da Casa Civil não foi localizado pela reportagem para comentar o assunto.

Disputa

Como mostrou o Estado na semana passada, Ana Luísa, que disputa a vaga da Câmara, trabalhou como assessora de Renan na presidência do Senado e na liderança do PMDB. 

A advogada nega que o peemedebista esteja fazendo campanha a seu favor e ressalta que é funcionária pública concursada e que apenas trabalhou por um curto período para o presidente do Senado. “Se eu fosse a candidata do Renan, estaria concorrendo à vaga do Senado, não da Câmara”, disse.

O Palácio do Planalto, no entanto, trabalha pelo nome de Cascaes, que foi advogado e assessor do ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), preso pela Lava Jato em 19 de outubro.

Na semana passada, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), tentou pautar a votação para a vaga no CNJ no mesmo dia em que o plenário estava reunido para votar o segundo turno da proposta de emenda à Constituição que estabelece um teto para os gastos públicos.

Após um apelo de Renan e da revolta de alguns deputados, que acusaram Maia de descumprir um acordo para beneficiar o candidato de Cunha à vaga, o presidente da Câmara voltou atrás e decidiu adiar a escolha para a próxima semana.

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