Aprovação de reformas é fundamental para inflação baixa e estável, aponta ata
Na ata do último encontro do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, divulgada nesta terça-feira, 12, os membros do colegiado voltaram a fazer uma defesa das reformas econômicas encaminhadas pelo atual governo. Segundo eles, “a aprovação e implementação e das reformas, notadamente as de natureza fiscal, e de ajustes na economia brasileira são fundamentais para a sustentabilidade do ambiente com inflação baixa e estável, para o funcionamento pleno da política monetária e para a redução da taxa de juros estrutural da economia, com amplos benefícios para a sociedade”.
Ao mesmo tempo, o Copom retomou a ideia, presente em outros documentos divulgados nos últimos meses, a respeito da importância de “outras iniciativas que visam aumento de produtividade, ganhos de eficiência, maior flexibilidade da economia e melhoria do ambiente de negócios”. “Esses esforços são fundamentais para a retomada da atividade econômica e da trajetória de desenvolvimento da economia brasileira”, pontuaram os membros do colegiado.
Na ata agora divulgada, os integrantes do colegiado também reiteram aspectos relacionados à comunicação do Banco Central, como a “preferência por explicitar condicionalidades sobre a evolução da política monetária, o que melhor transmite a racionalidade econômica que guia suas decisões”.
De acordo com o BC, “isso contribui para aumentar a transparência e melhorar a comunicação do Copom”. Assim, os membros “voltaram a ressaltar que o processo de flexibilização continuará dependendo da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos, de possíveis reavaliações da estimativa da extensão do ciclo e das projeções e expectativas de inflação”.
Cautela
Outro trecho da ata informa que, ao debaterem os próximos passos com relação a alterações na taxa Selic, os membros do colegiado chegaram a um consenso em manter a liberdade de ação do comitê, mas sinalizando que o atual estágio do ciclo recomenda cautela na condução da política monetária.
Na semana passada, a instituição cortou a Selic (a taxa básica de juros) em 0,50 ponto porcentual, de 7,50% para 7,00% ao ano. Foi a décima redução consecutiva da taxa, para o menor patamar da história.
Segundo a ata, o Copom concluiu ser apropriado sinalizar que, caso a conjuntura evolua conforme o cenário básico avaliado pelo comitê, e em razão do estágio do ciclo de flexibilização, uma nova redução moderada na magnitude de flexibilização na próxima reunião parece adequada sob a perspectiva atual.
“Mas avaliaram que cabia advertir que essa visão é mais suscetível a mudanças na evolução do cenário e seus riscos que nas reuniões anteriores”, ressaltou o documento.
O Copom avaliou que, por um lado, diversas medidas de inflação subjacente estão em níveis confortáveis ou baixos – inclusive os componentes mais sensíveis ao ciclo econômico e à política monetária.
Por outro lado, os membros do colegiado refletiram sobre o risco de a atual conjuntura inflacionária ser interrompida por uma frustração das expectativas sobre a continuidade das reformas e ajustes necessários na economia brasileira.
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