Assembleia aceita pedido e governador de MG deve enfrentar processo de impeachment
A Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), deve formalizar um processo de impeachment contra o governador Fernando Pimentel (PT). O petista é acusado de crime de responsabilidade fiscal por conta do atraso nos salários dos servidores estaduais.
Na tarde desta quinta-feira (26), o presidente da Casa, deputado Adalclever Lopes (MDB), aceitou o pedido formulado pelo advogado Mariel Marra e autorizou a formação de uma comissão especial. Com o andamento do processo, Pimentel deve ficar afastado do cargo.
Líder do governo Pimentel na Assembleia, Durval Ângelo (PT), afirmou que o pedido de impeachment foi uma “surpresa”. O parlamentar disse ainda não acreditar que o impedimento de Pimentel irá adiante. “Entendemos que os requisitos legais não estão presentes nesse pedido”. Segundo o deputado, é preciso “lembrar” que os repasses são feitos sobre o que “real”, e não sobre o que é “orçado”.
O pedido anterior do advogado, feito em maio do ano passado, havia sido arquivado pelo presidente da Assembleia, ou seja, sequer chegou a ser lido. O motivo era uso indevido de depósitos judiciais.
Segundo o próprio líder de Pimentel na Assembleia, no entanto, hoje, as relações entre Adalclever e “secretarias do governo” já não são tão boas. “Não dá para tapar o sol com a peneira”, disse o parlamentar que negou haver desgaste pessoal entre Pimentel e Adalclever.
Senado
O PT e a ala do MDB de Minas ligada a Adalclever já vêm se estranhando pelo menos desde o início das negociações para formação da chapa para a disputa pelo governo de Minas. A possibilidade da presidente cassada Dilma Rousseff (PT), que transferiu título para Minas, ser lançada para uma das duas vagas do Estado para o Senado nas eleições de outubro teria abalado ainda mais a relação. O MDB estaria aqui interessado nas duas vagas. Uma, inclusive, já teria Adalclever como pré-candidato.
O líder do bloco de oposição na Assembleia, Gustavo Correia (DEM), afirmou que a leitura do pedido não teve motivação política. “Vamos mostrar aos mineiros o que está errado no governo Pimentel”.
Procurado pela reportagem, a assessoria do governador afirmou que ele não irá se pronunciar.
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