Associação islâmica do Rio expulsou acusado de promover EI

  • Por Estadão Conteúdo
  • 18/05/2018 13h28
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Fernando Frazão/Agência Brasil Exemplar do Alcorão, livro sagrado do Islã, na Mesquita da Luz

Welington Moreira de Carvalho, um dos brasileiros acusados de promover o Estado Islâmico no País, foi expulso da Sociedade Beneficente Muçulmana (SBM) do Rio por ter apresentando comportamento violento, “em 2004 ou 2005”, segundo o presidente da associação, Mohamed Abdien. Carvalho incitou membros da comunidade a apedrejar o prédio do Consulado dos EUA, no centro da cidade. Abdien contou ainda que, durante uma ação de distribuição de comida a um grupo de sem-teto, Carvalho sugeriu que os alimentos fossem envenenados.

“Convoquei uma assembleia-geral, que decidiu pela expulsão. O comportamento dele era agressivo e violento. Chegou ao cúmulo de ele se opor à distribuição de pão, sopa e água, sugerindo que a gente colocasse veneno na comida”, lembra Abdien, egípcio naturalizado brasileiro. “Ele se comportava completamente fora do que a religião orienta. Pedi a expulsão e todos concordaram. A gente não aceita violência.”

Na época dos incidentes, ainda não havia a Mesquita da Luz, aberta em 2009, entre os bairros da Tijuca e de Vila Isabel, e as orações eram feitas numa sala na Lapa. Wellington, conhecido como Leco, era assíduo. “Eu chamava a atenção e não adiantava. Ele tentou voltar uma ou duas vezes, mas não entrou. Depois, nunca mais apareceu”, contou Abdien.

O presidente da SBM não soube avaliar se Leco seria capaz de formar uma célula terrorista no Brasil. “Eu não posso julgar, faz 13 ou 14 anos que não vejo. Eu achava que ele dizia as coisas sem pensar. Mas uma pessoa correta, virtuosa, não fala assim quando estamos fazendo um gesto de caridade, ainda mais na frente de pessoas que estavam recebendo comida.”

Na Lapa, segundo Abdien, Leco era acompanhado de dois homens que também acabaram expulsos. Um deles costumava se gabar de ter sido treinado por terroristas em países como Afeganistão e Paquistão. Abdien disse que chegou a denunciá-lo à Polícia Federal. Leco frequentou também uma mussala (sala de orações) no centro do Rio, que não tem ligação com a mesquita. A reportagem esteve no local nesta quinta-feira, 17, mas foi avisado de que a sala só abriria para as orações desta sexta-feira, 18. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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