Bilhete entregue por desconhecida impede que passageira sofra assédio em ônibus no RJ
Uma cena de solidariedade entre mulheres viralizou nas redes sociais na última semana no Rio de Janeiro. Thaiza Paula estava no ônibus, a caminho do trabalho, quando um homem sentou ao lado dela e ficou olhando-a fixamente. Embora incomodada com o assédio, a jovem estava com medo de levantar e sair de perto dele, devido a alguma atitude que o homem poderia tomar.
Foi quando Camila, uma passageira que estava sentada atrás dela, a cutucou e a entregou o seguinte bilhete: “Moça, mexe na sua orelha direita, se esse cara ao seu lado estiver te incomodando. Meu nome é Camila e você pode fingir que me conhece”.
Thaiza aceitou a sugestão e foi sentar ao lado de Camila, e o homem saiu do ônibus logo em seguida. As meninas começaram a conversar, trocaram números de telefone e Thaiza compartilhou a história nas redes sociais, dizendo que “seria eternamente grata” à Camila.
Confira:
97% das mulheres já sofreram assédio em meios de transporte
Uma pesquisa divulgada nesta terça-feira (18) pelos Institutos Patrícia Galvão e Locomotiva revelou que quase todas as mulheres brasileiras (97%) dizem já ter sofrido assédio no meio de transporte, seja ele público ou privado. Além das que já foram vítimas, 71% delas afirmam que conhecem alguma mulher que já foi assediada em espaço público.
Entre as 1.081 mulheres ouvidas em todas as regiões do Brasil, 46% não se sentem confiantes para usar meios de transporte sem sofrer assédio sexual. A maior parte delas reclama de olhares insistentes, cantadas indesejadas , comentários de cunho sexual, passadas de mão pelo corpo, gestos obscenos, perseguição e até masturbação.
Os números são ainda mais alarmantes dentro do transporte público, onde apenas 26% delas se sentem seguras. Isso acontece porque as brasileiras acreditam (55%) que é mais fácil denunciar abusadores através da locomoção por aplicativos, no qual 45% acreditam ser mais provável que os homens sejam punidos.
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