Blocos não vão acontecer no Largo da Batata por causa da violência

  • Por Jovem Pan
  • 04/03/2019 08h57 - Atualizado em 04/03/2019 08h58
BRUNO ROCHA/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO Blocos de São Paulo sofrem com problemas de segurança

Três blocos de Carnaval tiveram que mudar em cima da hora por causa da violência de São Paulo. A prefeitura quer evitar problemas no Largo da Batata, região onde a polícia não consegue garantir a segurança dos foliões.

A alegação oficial é de que a mudança teria ocorrido por causa da realização de “rolezinhos”. Há dois anos, governo e polícia enfrentam problemas na área durante o carnaval. Agora a justificativa é de que a concentração criada por “eventos não oficiais” levou a roubos e tumulto.

Os blocos “Não serve Mestre” e “Me Lembra que eu Vou”, marcados para esta segunda-feira (4), tiveram a concentração alterada para a Rua Henrique Schaumann, na altura da Teodoro Sampaio. Já o “Bloco da Latinha Mix”, que se reunirá na terça-feira (5), na Avenida Pedro Álvares Cabral.

Os coordenadores do “Me Lembra que eu Vou” lamentaram os incidentes na internet e destacaram que o cortejo vem sendo preparado há dez meses. Patrícia Monteiro, uma das fundadoras do “Não Serve Mestre”, afirmou que os organizadores foram convocados pela Prefeitura ontem para discutir opções de remanejamento: “nos disseram que estava muito perigoso. Muitas brigas, roubos, arrastão. A gente ainda não sabe como vai ser essa mudança. É complicado, mas não podemos colocar a integridade física das pessoas em risco”.

Na tarde de domingo (3), a polícia chegou a fazer cordões de isolamento para evitar arrastões. Mas a reportagem flagrou, por volta das 18 horas, um grupo fazendo roubos em série, apesar da segurança. O Comando da Polícia Militar informou que três pessoas foram detidas e levadas ao 14.º DP.

Desde o pré-carnaval, o grande número de pessoas que permanece no local após o encerramento dos desfiles na região oeste causa confusão. Nos dois sábados mais recentes, a Polícia Militar teve de usar bombas para dispersar foliões.

Histórico

Há pelo menos três anos a grande aglomeração de pessoas no Largo da Batata e a ação de vendedores clandestinos desafiam a Prefeitura e a polícia. Em 2017, o então secretário de Mobilidade e Transportes, Sérgio Avelleda, admitiu que a folia no Largo da Batata “saiu do controle”. Na ocasião, a expectativa era de que 250 mil pessoas passassem ali no fim de semana de pré-carnaval, mas o público registrado foi quase três vezes maior. Este ano, apenas no sábado passado, havia 400 mil foliões na área.

Com Estadão Conteúdo

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