Bolsonaro afirma que ele e Moro são ‘antagônicos’, mas chegarão a ‘meio termo’

  • Por Jovem Pan
  • 05/11/2018 18h18 - Atualizado em 05/11/2018 18h23
Fábio Motta/Estadão Conteúdo Bolsonaro tem afirmado que deu "carta branca" ao juiz federal

O presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) disse que ele e o futuro ministro da Justiça, Sergio Moro, têm opiniões divergentes sobre alguns temas, mas garantiu que essas diferenças poderão ser facilmente resolvidas. “Naquilo que existe antagonismo entre a gente, vamos chegar a um meio termo”, declarou durante entrevista à Band na tarde desta segunda-feira (5). Como exemplo, citou a posse de armas.

Desde a última quinta-feira (1º), Bolsonaro tem afirmado que deu “carta branca” ao juiz federal, que comandou a Operação Lava Jato até agora. Entretanto, ressaltou que não vai “deixar de lado” nenhuma promessa, como a demarcação de áreas indígenas e a redução da maioridade penal de 18 para 16 anos. “Ele vai ter 100% [de liberdade] para de combater a corrupção e o crime organizado.”

Transição de governo

Com viagem marcada para Brasília, Bolsonaro deve se reunir na quarta-feira (7) com o presidente Michel Temer (MDB). “Pouca coisa será discutida com ele, mas o que importa é que está colaborando com a gente”, disse. Segundo ele, Temer ordenou um levantamento de todos os ministérios para auxiliar a equipe de transição.

Bolsonaro ainda ressaltou a importância de ter um bom relacionamento com o Congresso Nacional para aprovar medidas importantes, como a reforma da Previdência. “Fazer a velha política e distribuir ministérios [a partidos aliados] não dá certo e não vinha dando certo”, falou, ao avaliar que, deixando isso de lado, “muitos parlamentares vão acreditar” no governo.

“Não teremos outra chance de mudar o Brasil”, declarou. “Se o meu governo der errado, o PT vai voltar; voltando, não sai mais.”

Reforma da previdência

A mudança nas aposentadorias, segundo Bolsonaro, não deve ser colocada na gaveta em sua gestão. “Podemos aproveitar algo do que já foi proposto [por Temer]”, disse. “Mas você não pode simplesmente mudar sem levar em conta que tem um ser humano que vai ter sua vida completamente modificada.”

Mais uma vez, ele negou que vá implantar mais impostos. “Não existe recriação de CPMF; no meu entender, toda a cadeia produtiva é onerada mais de uma vez. Não queremos salvar o Estado quebrando o povo.”

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