Bolsonaro: cheques de ex-assessor à futura primeira-dama eram pagamento de dívida
O presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) explicou, nesta sexta-feira (7), a origem dos cheques que, segundo relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), foram pagos pelo ex-assessor Fabrício José de Queiroz à futura primeira-dama, Michelle Bolsonaro. Em entrevista ao site O Antagonista, disse que o dinheiro é referente à quitação de uma dívida pessoal.
“Emprestei dinheiro para ele em outras oportunidades. Nessa última agora, ele estava com um problema financeiro e uma dívida que ele tinha comigo se acumulou. Não foram R$ 24 mil, foram R$ 40 mil. Se o Coaf quiser retroagir um pouquinho mais, vai chegar nos R$ 40 mil”, afirmou à publicação.
Bolsonaro relatou que ele e Queiroz são amigos desde 1984, quando se conheceram na Brigada Paraquedista. Depois de deixar a carreira militar, tornou-se assessor no gabinete do filho Flávio.
Ainda segundo Bolsonaro, o colega entregou a Michelle dez cheques de R$ 4 mil. “Eu podia ter botado na minha conta. Foi para a conta da minha esposa, porque eu não tenho tempo de sair. Essa é a história, nada além disso. Não quero esconder nada, não é nossa intenção.”
Por fim, o presidente eleito disse que “se surpreendeu” com a identificação do Coaf de uma movimentação de R$ 1,2 milhão na conta de Queiroz. Por conta disso, optou por não manter nenhum tipo de contato até que ele se explique ao Ministério Público.
Flávio se posiciona nas redes
Flávio Bolsonaro, por sua vez, preferiu se manifestar sobre o caso através de suas redes sociais. No Twitter, alegou que Fabricio Queiroz trabalhou com ele “por mais de 10 anos” e “sempre foi de sua confiança”.
“Fabricio Queiroz trabalhou comigo por mais de dez anos e sempre foi da minha confiança. Nunca soube de algo que desabonasse sua conduta. Em outubro foi exonerado, a pedido, para tratar de sua passagem para a inatividade. Tenho certeza de que ele dará todos os esclarecimentos”, publicou.
Fabricio Queiroz trabalhou comigo por mais de dez anos e sempre foi da minha confiança. Nunca soube de algo que desabonasse sua conduta. Em outubro foi exonerado, a pedido, para tratar de sua passagem para a inatividade. Tenho certeza de que ele dará todos os esclarecimentos.
— Flavio Bolsonaro (@FlavioBolsonaro) December 6, 2018
O relatório da Coaf divulgado pelo jornal O Estado de S. Paulo mostra que Queiroz movimentou R$ 1,2 milhão entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017. O documento não comprova irregularidades, apenas indica que os valores movimentados são incompatíveis com a atividade econômica do ex-assessor.
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