‘Quem quer ser patrão com tanta lei trabalhista?’, questiona Bolsonaro

  • Por Jovem Pan
  • 25/04/2019 16h18 - Atualizado em 25/04/2019 16h30
Alan Santos/PR Presidente disse que vê o problema do desemprego "com todo o respeito"

O presidente Jair Bolsonaro disse, nesta quinta-feira (25), durante um café da manhã com jornalistas, segundo informação do Estadão Conteúdo, que, se não fosse a reforma trabalhista, o problema do emprego no Brasil seria ainda maior. “O governo só cria emprego quando cria cargo em comissão. Quem quer ser patrão no Brasil com tantas ações trabalhistas?”, afirmou, fazendo alusão ao projeto aprovado em 2017 pelo governo de Michel Temer.

Na quarta-feira (24), o Ministério da Economia divulgou dados dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) relativos a março. A análise demonstrou que o saldo de contratações foi negativo em comparação com o mês anterior: 43.196 vagas foram fechadas no período, frente a 173.139 novos postos criados em fevereiro.

Bolsonaro disse que vê o problema do desemprego “com todo o respeito” e que ele é “mais um desafio que temos pela frente”. “A gente fica com pena. Isso não é fácil. Temos a substituição do homem pela máquina em vários setores”, disse. Ele lembrou, ainda, que o Brasil é um país de commodities, o que seria mais um possível problema futuro. “Quando acabar, vamos viver de quê?”, questionou.

O presidente afirmou, no entanto, que a proposta de reciprocidade de visto está atraindo turistas para o Brasil, e que a intenção é que isso aconteça cada vez mais, assim que tivermos maior segurança. Ele esteve em reunião com o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, na última quarta-feira.

Homenagem em Nova York

Durante o café, o presidente ainda comentou sobre a recusa do Museu Americano de História Natural de Nova York em sediar o evento organizado pela Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos que o homenageia. “Eu recebo (a homenagem) na praia, numa praça pública. Não é o museu que está me homenageando. O que houve foi pressão do governo local que é Democrata e eu sou aliado do (presidente dos EUA) Donaldo Trump”, disse.

Ele afirmou que, em novembro de 2009, começou a “tomar pancada do mundo todo” ao acusar o “kit gay”. “Eu comecei a assumir essa pauta conservadora. Essa imagem de homofóbico ficou lá fora”, disse, afirmando que isso não prejudica investimentos. “O Brasil não pode ser um país do mundo gay, de turismo gay. Temos famílias”, disse.

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