Bolsonaro a caminhoneiros: ‘Se tiver arma de fogo, é para usar’
Em almoço com um grupo de caminhoneiros nesta sexta-feira (31), o presidente Jair Bolsonaro declarou que “se tiver arma de fogo, é para usar” e estimou um período de dois ou três meses para conceder o porte a eles. Bolsonaro reiterou que, no decreto que trata do tema, colocou a categoria entre as profissões de risco, ou seja, aquelas que tem direito.
“No decreto, eu acabei com a comprovação da efetiva necessidade. Por enquanto, está um pouco caro ainda, mas vamos diminuir isso aí. Mas já abriu as portas, dá entrada […] Quanto mais arma, mais segurança”, afirmou.
O almoço durou pouco mais de quarenta minutos e foi em um restaurante de beira de estrada em Anápolis (GO). Um dos motoristas falou acreditar que falta boa vontade em Brasília, e o presidente respondeu que está “comendo o pão que o diabo amassou”, mas “só muda se alguém cassar o seu mandato”. “Não loteamos ministérios, bancos oficiais e estatais”, completou.
Questionado por outro sobre a existência de algum projeto que permita reduzir o preço do diesel para a categoria, Bolsonaro respondeu: “O que mais pesa no combustível é o ICMS, que é do Estado. Não é a gente. Por isso que eu trabalho para privatizar o refino. Quanto mais tiver concorrência, melhor”.
Além de incentivar o grupo a dar entrada no pedido de porte de arma de fogo, Bolsonaro se comprometeu a acabar com os radares móveis – “para dar uma folga para o policial rodoviário” – e disse que pretende aumentar a validade da carteira de motorista para dez anos e passar o limite de pontos para 40.
Reforma da Previdência
O encontro teve também a presença governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), do ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, do líder do governo na Câmara dos Deputados, Major Vitor Hugo (PSL), e do porta-voz da Presidência da República, Otávio Rêgo de Barros.
Pela manhã, o presidente cumpriu agenda em Goiânia, onde se reuniu com representantes do governo e participou de um culto na Assembleia de Deus.
Ao ser questionado por um caminhoneiro sobre haver algum dispositivo na proposta de reforma da Previdência que inclua a categoria, teve de consultar o líder do governo na Câmara. “Não, especificamente, não”, respondeu o deputado Major Vitor Hugo. “Antes dos 65 anos não conseguimos aposentar?”, retrucou o caminhoneiro. “Não”, concluiu o presidente.
Almoço custou R$ 1,7 mil
Cerca de 30 profissionais da categoria participaram da refeição, realizada de última hora no Posto Presidente. Ela custou R$ 1.694,00, pagos pela Secretaria de Administração da Presidência da República. “Foi feito levantamento de ontem para hoje de onde teria mais caminhões neste horário, eu estava vindo de Goiânia e paramos aqui para conversar com os caminhoneiros”, explicou Bolsonaro.
Ele disse que a conversa foi “bastante cordial”. “Eles têm seus problemas. Passam por nós muitos deles. E para muitos estamos buscando soluções e, para outros, buscaremos”, assegurou.
No Twitter, o presidente postou um vídeo documentando o encontro:
Pela manhã cumprimos agenda em Goiânia-GO. Pausa para almoço ao lado do Governador Ronaldo Caiado, do Min. da Infraestrutura, Tarcisio Gomes de Freitas, do Porta-Voz da presidência, Rêgo Barros, e colegas caminhoneiros, trabalhadores fundamentais para o funcionamento do Brasil. pic.twitter.com/f6fpTApcI2
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) May 31, 2019
* Com informações do Estadão Conteúdo
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