Bolsonaro indica revisão de asilo a condenados estrangeiros após reunião com presidente do Paraguai

  • Por Jovem Pan
  • 12/03/2019 14h43 - Atualizado em 12/03/2019 14h49
Alan Santos/PR Presidentes se encontraram no Palácio do Planalto, em Brasília

Os presidentes do Brasil, Jair Bolsonaro, e do Paraguai, Mario Abdo Benítez, se reuniram nesta terça-feira (12) em Brasília e trataram sobre o cancelamento da concessão do status de refugiados a três paraguaios condenados pela justiça do país de origem, mas que vivem no Brasil. A situação é semelhante a de Cesare Battisti, italiano extraditado.

“O Brasil e nosso governo não dará asilo a terroristas ou qualquer outro bandido escondido aqui como preso ou refugiado político”, afirmou Bolsonaro após encontro com Abdo Benítez, no Palácio do Planalto.

Os paraguaios foram julgados pelo sequestro de uma mulher há 18 anos. Eles, entretanto, acusam policiais paraguaios de torturá-los e cobram indenização de US$ 123 milhões (hoje, R$ 469 milhões) do Estado. O governo do Paraguai recorreu e o processo também está em andamento na Corte Interamericana de Direitos Humanos (CIDH).

Segundo Bolsonaro, é a “terceira ou quarta vez” que o Paraguai pede que o Brasil devolva exilados. “Agora no começo do ano, novo pedido que tem fatos novos. Seriam integrantes do Exército Popular do Paraguai, onde pelo menos um deles está envolvido em atos criminosos.” O EPP, como é chamado, é um grupo de guerrilha.

De acordo com o ministro da Justiça, Sergio Moro, o pedido de revisão foi feito no início de 2019 pelo governo do Paraguai, sob alegação de que o refúgio teria sido indevidamente concedido, pois o trio teria cometido crime comum. O Comitê Nacional para os Refugiados (Conare) está analisando o pedido e o processo deve levar três meses.

Crime organizado

O combate ao crime organizado transnacional e ao tráfico de drogas também estiveram na pauta da reunião. Os governantes dos dois países se comprometeram a intensificar os contatos entre autoridades de segurança e inteligência para aprimorar a coordenação, com vistas à eliminação das organizações criminosas que atuam na região.

Na segunda (11), o traficante Thiago Ximenes, conhecido como Matrix, um dos líderes do Primeiro Comando da Capital (PCC), facção de São Paulo, foi expulso do Paraguai e encaminhado ao Brasil. No Twitter, Abdo comemorou a prisão do traficante, que aconteceu na sexta (8) perto fronteira. “Mais um passo na nossa luta pela segurança do país.”

De acordo com Moro, nos últimos anos o Paraguai tem aprofundado esse trabalho e expulsado diversos criminosos brasileiros membros de facções. “[Eles] têm tentado equivocadamente se refugiar no Paraguai e de lá controlar a atividade criminal de tráfico de drogas”, disse o ministro. “O combate conjunto é algo que beneficia os dois países”.

Moro disse ainda que Brasil e Paraguai vão manter a Operação Aliança, desenvolvida pelos dois países, para a erradicação de plantações de maconha em terras paraguaias. Além disso, há interesse em aprofundar as investigações para identificar lavagem de dinheiro e bens adquiridos com dinheiro do narcotráfico no Paraguai.

*Com informações da Agência Brasil

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