Bolsonaro pode desistir de extinguir Ancine e pensa em reformulação
O presidente Jair Bolsonaro (PSL) afirmou, nesta sexta-feira (2) que está estudando a possibilidade de uma reformulação na Agência Nacional do Cinema (Ancine). No mês passado, ele havia confirmado a extinção da agência por não concordar que muitos dos filmes fossem produzidos com dinheiro público. “O poder público não tem que se meter a fazer filme, o Estado vai deixar de patrocinar isso aí”, disse, na época.
Na manhã de hoje, no entanto, o presidente admitiu a possibilidade de recuar da decisão. “Se recuar, recuo. Quantas vezes vocês falam que eu recuei? Tem a questão do audiovisual que emprega muita gente, tem de ver por esse lado”, declarou, na saída do Palácio do Planalto, em Brasília.
De acordo com ele, o ministro da Cidadania, Osmar Terra, já enviou um rascunho de como ficaria o órgão caso fosse reformulada. “Uma versão parecida com o dinheiro da lei Rouanet”, explicou.
Bolsonaro voltou a dizer que as mudanças na agência não significam uma censura à produção audiovisual brasileira. “Não é censura. Não estou falando que vou censurar isso ou aquilo. Não tenho poder para isso. Mas com dinheiro público, não”, disse. Em seguida, ele voltou a criticar o filme Bruna Surfistinha: “Não é apenas a Bruna Surfistinha. Se fosse produzido 40 anos atrás, eu estava vendo o filme. Mas hoje não vou ver, não, fica tranquilo. O que não pode é dinheiro público para esse tipo de filme”, afirmou.
*Com Estadão Conteúdo
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