Bolsonaro promete asfaltar rodovia na Amazônia e brinca: ‘Marina Silva não asfaltaria’
Em visita à região amazônica nesta quinta-feira (25), o presidente Jair Bolsonaro prometeu asfaltar a BR-319, rodovia que liga Manaus, no Amazonas, a Porto Velho, em Rondônia. Ao fazer o anúncio, aproveitou para alfinetar adversários políticos.
“É questão ambiental. Imagina se eu tivesse comigo aceitando indicação política de Zequinha Sarney e Marina [Silva], ela nunca seria asfaltada”, brincou, referindo-se a dois ex-ministros de Meio Ambiente de gestões anteriores.
A pavimentação da via para interligar o Norte do Brasil é uma demanda dos políticos e empresários da região.
Bolsonaro também elogiou o presidente Ernesto Geisel, que inaugurou a BR-319, e prometeu obras na região, mesmo depois de ter recebido um “orçamento destruído”. Ele ainda disse que a Petrobras foi assaltada do direito de explorar potássio na região e que isso está em “documentos secretos”.
“Indústria da demarcação indígena”
Em vários momentos da visita, o presidente reforçou o discurso contrário às organizações não-governamentais (ONGs) de meio ambiente e ao que chamou de “indústria” da demarcação de terras indígenas.
“Muita coisa tem que ser desfeita no Brasil. O aparelhamento do Estado, a indústria da demarcação indígena (…). Queremos o casamento do meio ambiente com o desenvolvimento, com o progresso”, disse em entrevista após a reunião do Conselho de Administração da Superintendência da Zona Franca (Suframa).
Ele disse ainda que, por muito tempo, o País conviveu com o abandono dos índios. “Sofri muito com isso”, acrescentou.
Cobiça estrangeira
Por duas vezes, Bolsonaro falou da cobiça da região pelos estrangeiros. Segundo ele, a região é tão importante que antes mesmo da sua descoberta já se queria dominá-la com o Tratado de Tordesilhas, assinado em 1494 para dividir as descobertas entre Portugal e a Coroa de Castela. “Dizem aí, fontes ocultas, que antes mesmo de o Brasil ser descoberto já havia interesse na Amazônia”, afirmou.
Ele fez questão de ressaltar que a Zona Franca de Manaus foi criada pelo governo militar “sabendo do interesse pela Amazônia” para “integrar e não entregar”.
*Com Estadão Conteúdo
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