Bolsonaro diz que morte de músico foi ‘incidente’ e que o Exército ‘não matou ninguém’
Após quase uma semana da morte do músico Evaldo dos Sandos Rosa, assassinado com 80 tiros disparados por militares, o presidente Jair Bolsonaro finalmente quebrou o silêncio. Em entrevista durante a inauguração do aeroporto de Macapá, no Amapá, nesta sexta-feira (12), Bolsonaro defendeu o Exército, falando que a instituição não pode ser acusada de ser “assassina”, pois “não matou ninguém”.
“O Exército é do povo. A gente não pode acusar o povo de assassino. Houve um incidente. Houve uma morte. Lamentamos ser um cidadão trabalhador, honesto”, afirmou.
Nesta quarta-feira (10), a Justiça Militar decidiu converter a prisão temporária em preventiva de nove dos dez militares que haviam sido acusados. O único que teve liberdade provisória foi o soldado Leonardo Delfino que, segundo os depoimentos, não atirou. De acordo com Bolsonaro, “está sendo apurada a responsabilidade. No Exército sempre tem um responsável. Não existe essa de jogar para debaixo do tapete”.
A única declaração em nome da Presidência havia sido dada na terça-feira (9), pelo porta-voz da Presidência da República, Otávio Rêgo Barros. Na ocasião, ele disse que “o presidente confia na Justiça militar, no Ministério Público militar e, a partir desse pressuposto, ele identifica e solicita até dentro da possibilidade, já que há independência de poderes, que esse caso seja o mais rapidamente elucidado”.
O caso
No último domingo (7), uma guarnição do Exército atirou 80 vezes contra o carro em que estavam Evaldo e mais quatro pessoas da família dele, entre eles seu filho, de 7 anos. O sogro de Evaldo, Sérgio Araújo, e um pedestre, que tentou ajudar a família durante o tiroteio, ficaram feridos.
*Com informações da Agência Estado
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