Bolsonaro transmite ‘solidariedade’ às famílias com mortos por coronavírus

Dida Sampaio/Estadão Conteúdo Declaração foi feita dois dias após ele afirmar que "não fazia milagre"

O presidente Jair Bolsonaro transmitiu, em live feita pelas redes sociais nesta quinta-feira (30), sua “solidariedade aos familiares que perderam entes queridos” devido ao novo coronavírus. “São seres humanos, tendo ou não comorbidades (uma ou mais doenças associadas) ou idade avançada”, afirmou.

Ele usou como exemplo sua mãe, Olinda Bolsonaro, que tem 90 anos. “Tenho minha mãe com 90 anos e ficaria bastante abalado de perder ela, assim como todos que perderam seus entes queridos.”

A declaração foi feita dois dias após ele responder a um jornalista, que questionou o fato do Brasil ter ultrapassado a China no número de mortes por Covid-19, que “não fazia milagre”. “E daí? Lamento. Quer que eu faça o quê? Eu sou Messias, mas não faço milagre”, disse na ocasião.

O presidente voltou a declarar que “60% da população será infectada” e criticou as medidas de isolamento total feitas em alguns estados e municípios — embora tenha deixado claro que quem decide são os prefeitos e governadores.

“Todo o empenho para achatar a curva foi inútil e o efeito colateral é o desemprego”, declarou Bolsonaro, apesar de muitos governadores creditarem o aumento de mortes e casos no Brasil ao afrouxamento das quarentenas.

O Brasil tem 85.380 casos de Covid-19 e 5.901 mortes, segundo dados divulgados pelo Ministério da Saúde na tarde desta quinta-feira.