Por precaução ao coronavírus, Bolsonaro sugere adiar manifestações

  • Por Jovem Pan
  • 12/03/2020 19h48 - Atualizado em 13/03/2020 08h48
Reprodução bolsonaro-mandetta Bolsonaro e o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta

O presidente Jair Bolsonaro apareceu de máscara na transmissão ao vivo feita pelas redes sociais nesta quinta-feira (12) e sugeriu que concorda com o adiamento da manifestação que estava marcada para este domingo (15), falando em atrasar o ato em “dois ou três meses”. De acordo com o presidente, o agrupamento de pessoas pode ajudar a propagar o vírus e, se “explodir” o número de casos, os “hospitais não darão conta”.

“O que devemos fazer agora é evitar que haja uma explosão de pessoas infectadas porque os hospitais não dariam vazão. Se o governo não tomar providências, sobe o número de casos, e depois de um certo limite o sistema não suporta. Como presidente tenho que tomar uma posição, apesar de o movimento não ser meu”, explicou.

Em pronunciamento feito às 20h30min na televisão aberta, ele ressaltou que os movimentos “demonstram amadurecimento da democracia e são expressões da nossa liberdade”, mas que deveriam “ser repensados”.

“Nossa saúde e dos nossos familiares devem ser respeitadas”, completou. O presidente afirmou, ainda, que o sistema de saúde brasileiro “tem um limite de pacientes que podem ser atendidos”. Entretanto, garantiu que “o governo está pronto para manter a evolução do quadro sob controle, sem pânico”.

Confirmação de caso no governo

Bolsonaro fez o teste hoje para Covid-19, após a confirmação de que o secretário de Comunicação do governo, Fábio Wajngarten, está com coronavírus. Os dois viajaram juntos para os Estados Unidos na última semana.

“Por enquanto eu continuo sob suspeita. Uma das pessoas que veio no voo conosco deu negativo, espero que todo mundo dê negativo, fique o positivo só com o Fábio, que está em quarentena”, disse Bolsonaro. O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, também participou da live, e ressaltou que Wajngarten “está bem”.

Mandetta disse, ainda, que a decisão de usar máscaras na live foi para explicar para a população como as pessoas serão atendidas nos hospitais. “É para mostrarmos, se você for em um médico, e tiver os sintomas, ele vai lhe atender com uma máscara como essa”, afirmou. Mandetta ressaltou que não é preciso usar luvas, mas, sim, lavar bem as mãos e passar álcool gel quando entrar e sair dos espaços.

“Se tomarmos as medidas corretas, a gente passa bem. O grande problema é quando muita gente pega o vírus ao mesmo tempo, e os idosos que complicam, vão todos para o hospital. Por isso estamos reforçando para abrir leitos de UTI.”

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