Chuvas no Estado do Rio de Janeiro deixam 16 mortos e pelo menos oito desaparecidos

Cidades ficaram alagadas, e muitos moradores perderam casas, carros, móveis e eletrodomésticos; Angra dos Reis e Paraty foram os municípios mais castigados

  • Por Jovem Pan
  • 02/04/2022 17h30 - Atualizado em 03/04/2022 10h53
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BRUNO KAIUCA/AFP deslizamento de terra em que uma mãe e seis de seus filhos morreram, em Paraty Local em Paraty onde um deslizamento de terra matou uma mãe e seis de seus filhos

Dezesseis pessoas morreram no Rio de Janeiro em decorrência dos transtornos causados pelos temporais que atingem o Estado desde a noite de quinta-feira, 30. As fortes chuvas geraram deslizamentos de terra e enchentes que castigaram principalmente o litoral sul do Estado e a Baixada Fluminense. Carros, móveis e eletrodomésticos foram levados por enxurradas. Em Angra dos Reis, oito pessoas morreram e pelo menos outras oito estão desaparecidas (segundo os Bombeiros, que ainda realizam as buscas) o número pode chegar a dez). Em Party, sete pessoas de uma mesma família morreram após um deslizamento de terra atingir casas na Praia de Ponta Negra. Segundo a prefeitura, choveu em dois dias o previsto para seis meses. Em Mesquita, um homem de 38 anos foi a óbito após ter sido eletrocutado enquanto tentava auxiliar uma pessoa que enfrentava a enchente. O governo estadual não informou o número total de desabrigados e desalojados.

De acordo com a Prefeitura de Angra, a cidade teve “a pior chuva da história”. Fernando Jordão (MDB), o prefeito, teve de visitar de lancha o bairro de Monsuaba, um dos mais que mais sofreram com o temporal, porque a rodovia Rio-Santos foi interditada devido a deslizamentos (o que dificulta o acesso a áreas afetadas e o transporte de feridos, desabrigados e desalojados). A Ilha Grande foi outro local da cidade bastante castigado. A Praia de Itaguaçu, por exemplo, ficou completamente destruída. Não há possibilidade de acesso por vias terrestres em Conceição de Jacareí, distrito de Mangaratiba. Na Baixada Fluminense, a cidade de Nova Iguaçu, uma das mais populosas do Estado, registrou cerca de 141mm de chuva no bairro Moquetá, o que equivale a 148% da média de chuva do mês de abril. Diversos bairros estão alagados. “Moradores de área de risco devem se deslocar imediatamente para pontos de apoios ou outros locais seguros. Há risco muito alto para inundações, enxurradas e deslizamentos na cidade”, alertou a prefeitura. Moradores de Belford Roxo perderam móveis e eletrodomésticos na enchente que atingiu quase toda a cidade. Na Região dos Lagos, uma barreira caiu e impediu o trânsito na rodovia RJ-106, entre Saquarema e Maricá. Dez pessoas ficaram desabrigadas e quatro desalojadas.

Em todo o Estado, há mais de 70 pontos de alagamentos. A nova catástrofe no território fluminense ocorre pouco mais de um mês após a tragédia de Petrópolis. Não há registro de mortos na capital, mas a chuva também causou transtornos, principalmente nas zonas sul, norte e oeste. A Prefeitura do Rio de Janeiro disse que há risco de deslizamentos em morros e áreas de encostas. “Ainda devemos ter um dia de chuvas [neste sábado]. À princípio, a previsão é de chuvas fracas a moderadas. Alguns bairros da cidade, principalmente os próximos ao litoral ainda enfrentam alagamentos. Peço a atenção de todos em seus deslocamentos”, declarou o prefeito Eduardo Paes (PSD). A Defesa Civil da cidade mantém oito sirenes acionadas em duas comunidades: Rocinha e Sítio Pai João. Segundo o Inmet, as chuvas vão continuar castigando o Estado nos próximos dias. O presidente Jair Bolsonaro anunciou no Twitter que “a Defesa Civil Nacional já está no RJ ajudando nas ações de resposta e no socorro às vítimas”. Aeronaves do Ministério da Defesa foram acionadas para transportar militares para as regiões mais afetadas.

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