Bombeiros retomam buscas por 26 desaparecidos em PE após pausa por risco de deslizamento

Corporação afirma que pequenas paralisações no trabalho fazem parte da técnica de busca; previsão é de chuvas moderadas até a próxima sexta-feira

  • Por Jovem Pan
  • 31/05/2022 09h19 - Atualizado em 31/05/2022 09h50
Foto: MATEUS LACERDA/PHOTOPRESS/ESTADÃO CONTEÚDO Buscas - Recife - Chuvas Bombeiros e militares carregam corpo de morador vítima dos deslizamentos de terra provocado pelas chuvas no bairro de Jardim Monteverde, região limítrofe entre Recife e Jaboatão dos Guararapes, na RMR, na última segunda-feira, 30

As buscas pelos 26 desaparecidos na Região Metropolitana do Recife (RMR) e Zona da Mata do Estado de Pernambuco foram retomadas na manhã desta terça-feira, 31, após terem sido paralisadas na noite da última segunda devido o surgimento de risco de novos deslizamentos, em função da permanência das fortes chuvas. Segundo o Corpo de Bombeiros, as operações estão sendo feitas cuidadosamente para não expor os agentes a perigos diante da atual situação. “Em alguns momentos precisamos interromper devido ao risco de novo deslizamento. Quando as condições permitem, a busca retorna. As paralisações ocorrem por curtos períodos e retomam. Documenta-se quando é algo muito extenso. Isso faz parte da técnica de busca”, afirmou a assessoria de comunicação da corporação. Além do Corpo de Bombeiros de Pernambuco, o Estado está recebendo agentes de outros estados como Maranhão, Paraíba e Bahia para atuar nos resgates.

O último boletim oficial, divulgado pela Defesa Civil do Estado, aponta que 91 pessoas já morreram nas enxurradas e nos deslizamentos provocados pelas chuvas nos últimos quatro dias. Em atualização dos dados na noite da última segunda, o Governo do Estado informou que 6.170 pessoas estão desabrigadas em Pernambuco neste momento. A previsão da Agência Pernambucana de Águas e Clima (Apac) renovou o aviso metereológico para esta terça: “estado de observação”. A previsão é de que as precipitações continuem na RMR e na Zona da Mata com intensidade moderada até a próxima sexta-feira, 3, apesar de haver uma expectativa para redução gradual no volume de águas.

Por causa da situação de calamidade pública, a prefeitura do Recife suspendeu as festividades juninas, programadas para ocorrer no mês de junho. A decisão foi anunciada na manhã da última segunda pelo prefeito João Campos (PSB). O recurso que seria utilizado na festa, cerca de R$ 15 milhões, foi remanejado para ajudar as vítimas das tragédias e seus familiares. Havia uma grande expectativa na cidade pelo São João, já que seria o primeiro grande festejo público desde o início da pandemia da Covid-19, em 2020. A capital não realizou o Carnaval em fevereiro ou em outro mês, como ocorreu em São Paulo em abril.

A Defesa Civil reforçou o alerta sobre o alto risco de novos deslizamentos na manhã da última segunda, visto que o solo já está bastante encharcado. As forças de segurança, Defesa Civil, Exército e órgãos municipais estão atuando em sete pontos de deslizamento da RMR: Zumbi do Pacheco e Curado IV (Jaboatão dos Guararapes), Areeiro (Camaragibe), Monte Verde/Ibura, Barro e Guabiraba (Recife) e Paratibe (Paulista). A operação conta com 198 bombeiros militares de Pernambuco, 11 bombeiros da Paraíba, sete de Minas Gerais, oito do Rio Grande do Norte, oito policiais militares, 100 guardas municipais e 25 funcionários da Empresa de Manutenção e Limpeza Urbana (Emlurb), 60 militares do Exército, 22 profissionais da Marinha e quatro policiais civis do Core/PCPE. Nas buscas, salvamentos e fornecimento de mantimentos para populações de áreas afetadas, estão sendo empregadas embarcações e seis aeronaves, sendo três do Grupamento Tático Aéreo da Secretaria de Defesa Social (SDS) e outras três da Polícia Rodoviária Federal (PRF).

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