Brasil e Venezuela são eleitos para Conselho de Direitos Humanos da ONU
Nesta quinta-feira (17), a Human Rights Watch, o Brasil, o Chile e os EUA, entre outros países, tinham pedido publicamente para que a candidatura venezuelana fosse boicotada
O Brasil e a Venezuela conseguiram nesta quinta-feira (17) os dois lugares que disputavam com a Costa Rica no Conselho de Direitos Humanos da ONU, em eleições realizadas na Assembleia Geral das Nações Unidas.
Na disputa pelas vagas disponíveis para os países da América Latina e do Caribe, o Brasil conseguiu 153 votos. A Costa Rica, que concorreu ao pleito de última hora, com o objetivo explícito de evitar que a Venezuela ganhasse uma vaga, obteve o apoio de 96 países membros, nove a menos que os conseguidos pelo governo venezuelano.
Assim, o Brasil, que concorria à reeleição, continuará sendo membro do órgão com sede em Genebra, na Suíça, enquanto a Venezuela substituirá Cuba, que está em fim de mandato, a partir de 1º de janeiro do ano que vem.
A candidatura venezuelana conseguiu seu objetivo apesar de uma forte campanha contra por parte dos Estados Unidos, de vários países latino-americanos e de organizações internacionais de direitos humanos.
“A Venezuela não cabe em nada no Conselho de Direitos Humanos”, afirmou nesta semana em entrevista coletiva o diretor para as Nações Unidas da Human Rights Watch (HRW), Louis Charbonneau.
Para a HRW e outras ONGs, a Venezuela não cumpria os requisitos para ser membro do Conselho devido ao histórico do governo do ditador Nicolás Maduro.
Nas últimas horas desta quinta, o Brasil, o Chile e os EUA, entre outros países, tinham pedido publicamente para que a candidatura venezuelana fosse boicotada.
No total, foram preenchidas 14 vagas no Conselho de Direitos Humanos, divulgadas nesta quinta. Além de Brasil e Venezuela, foram escolhidos Líbia, Mauritânia, Sudão, Namíbia, Indonésia, Japão, Ilhas Marshall, Coreia do Sul, Armênia, Polônia, Alemanha e Holanda por seus respectivos grupos continentais.
O Conselho de Direitos Humanos foi criado em 2006 para substituir a Comissão de Direitos Humanos, suprimida após 60 anos de trabalhos devido à crise de legitimidade que havia sofrido por decisões vistas como parciais, politizadas e desequilibradas.
O órgão é formado por 47 países, que cumprem mandatos de três anos e cujos assentos são divididos em grupos regionais. No caso da América Latina e do Caribe, junto com Brasil e Venezuela estarão presentes em 2020 Argentina, Bahamas, Chile, México, Peru e Uruguai.
*Com informações da EFE
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