Brasil está ‘à deriva’ e sem projeto para o futuro, afirma general Villas Bôas

  • Por Jovem Pan
  • 06/09/2018 08h19 - Atualizado em 06/09/2018 11h24
Fátima Meira/Estadão Conteúdo Sobre as eleições, o general acredita que o momento é de "tolerar o diferente".

Conhecido por suas falas polêmicas, o general Eduardo Villas Bôas concedeu uma entrevista exclusiva ao jornalista e historiador Marco Antonio Villa da Jovem Pan e disse que o País “está à deriva”, sem cumprir um papel específico no mundo e que a intervenção federal além de ser “bem feita” deveria ser “estendida por todo o país”.

Para Villas Bôas, a verdadeira intervenção federal no Rio de Janeiro não está tendo visibilidade e o que há de mais importante é a reestruturação das instituições policiais cariocas. Ele analisa que a  “capacidade administrativa e gerencial são fundamentais para restaurar o funcionamento de todos os subsistemas da polícia”. A ação no RJ, sob seu critério, é um “trabalho criterioso e bem feito e que precisa ser estendido a todo o país”.

Ultimamente o que tem tirado o sono do general é ver a sociedade se “dirigindo para um caminho que pode acarretar a perda da nossa identidade. Da essência de nós brasileiros como uma nação”.  Para ele, o Brasil está em uma situação na qual medidas emergenciais devem ser tomadas.  No centro do problema, estão as drogas: “Elas são um grande combustível das organizações criminosas. Aumentam a capacidade de contaminação em outras instituições e partes do país”.

Indagado sobre a união entre as forças armadas da América do Sul, o general lamenta  dizer que não há bases comuns para um sistema de defesa. “Dizem que quando as ideologias ficam velhas elas se mudam para a América do Sul”, explica o general.  Ele ressalta, no entanto, que há uma diplomacia militar muito intensa e trocas de instrutores e alunos entre os países.

Villas Bôas encerra dizendo que, em relação às eleições, o momento agora é de tolerar o diferente e essas diferenças não podem comprometer o futuro do Brasil e nem a governabilidade do próximo presidente. “É o momento de buscarmos uma convergência, uma mudança na nossa essência, na nossa tolerância. Tolerar a diferença. Esse sentido de pacificação é muito importante para o país”.

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