‘Brasil não parou porque está sobre rodas’, dizem entregadores em greve

Profissionais fizeram protestos pelo Brasil nesta quarta-feira; principal pauta do movimento é o aumento dos valores pagos pelos aplicativos

  • Por Jovem Pan
  • 01/07/2020 18h11 - Atualizado em 01/07/2020 18h16
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ALEX SILVA/ESTADÃO CONTEÚDO Grevistas se reuniram na Avenida Paulista durante a tarde

Entregadores de aplicativos paralisaram as atividades nesta quarta-feira (1º) e realizaram carreatas durante todo o dia em São Paulo e no Rio de Janeiro por melhores condições de trabalho. O protesto faz parte de uma greve nacional e contou com profissionais ligados a empresas como Rappi, Loggi, Ifood, Uber Eats e James.

Na capital paulista, os grupos se concentraram pela manhã nos pontos onde costumam esperar os pedidos. Eles também circularam pelas ruas e avenidas da cidade, buzinando e fazendo barulho com o ronco do motor das motos. Por volta das 14h, as motocicletas e as bicicletas fecharam a Avenida Paulista em frente ao Museu de Arte de São Paulo (Masp).

“A pandemia mostrou para todos como nosso trabalho de entregador é essencial. Se o Brasil não parou é porque ele tá andando sobre duas rodas”, diz o texto de um panfleto distribuído nos pontos de concentração. “Mas corremos muitos riscos, estamos recebendo mal e somos desrespeitados todos os dias pelos aplicativos”, completa.

No Rio de Janeiro, os trabalhadores se concentraram na Igreja da Candelária, no Centro da cidade, e percorreram algumas das principais vias da região no fim da manhã. O protesto passou pela sede do Ministério do Trabalho no Rio de Janeiro e seguiu para bairros da zona sul da cidade. Outro ato aconteceu em Niterói, reunindo entregadores do município e da cidade de São Gonçalo.

Reivindicações dos entregadores

A principal pauta do movimento é o aumento dos valores pagos pelos aplicativos por entrega. A categoria quer não só o aumento do valor mínimo do serviço como também um reajuste do pagamento por quilômetro rodado.

“Com a pandemia e o desemprego, os aplicativos estão ganhando como nunca. Em vez deles repassarem o valor para a gente, que está na linha de frente, correndo risco de pegar Covid-19, eles jogaram as taxas de entrega lá embaixo”, diz também o panfleto.

Os trabalhadores querem ainda benefícios como seguro contra roubo e acidentes, além de auxílios específicos para o período de pandemia do novo coronavírus, como equipamentos de proteção e licença remunerada para quem ficar doente.

*Com Agência Brasil

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