Brasil perde certificado de erradicação do sarampo após caso endêmico no Pará
O Brasil vai perder o certificado de erradicação do sarampo concedido pela Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) após confirmação de uma endemia, registrada em fevereiro no Pará. A informação foi confirmada nesta terça-feira (19) pelo Ministério da Saúde, que afirmou que vai preparar plano para retomar o “título” em até 12 meses. A doença, se não tratada, pode evoluir para a morte.
A classificação de casos endêmicos significa uma forte presença da doença em determinada região de um país. No ano passado, o país teve um surto de mais de 10 mil registros de sarampo, especialmente no Amazonas e em Roraima. Este ano, há 48 casos confirmados laboratorialmente, dos quais 28 são endêmicos (23 no Pará e cinco no Amazonas) e relacionados à cadeia de transmissão “interna” da doença nos estados.
O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, disse que é preciso aumentar em 15% a taxa de pessoas vacinadas. “Nosso plano consiste em encaminhar medidas importantes ao Congresso, como a exigência do certificado de vacinação, não impeditiva, de ingresso na escola e no serviço militar. Reforçaremos o monitoramento da vacinação, por meio dos programas de integração de renda e como norma para os trabalhadores de saúde.”
De acordo com o governo federal, os sintomas mais comuns do sarampo são “infecções respiratórias, otites, doenças diarreicas e doenças neurológicas”. Essas complicações da doença podem deixar sequelas nas vítimas, entre elas, “diminuição da capacidade mental, cegueira, surdez e retardo do crescimento”. O ministério alerta que o agravamento do sarampo pode levar à morte tanto de crianças como de adultos.
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