Brasil vai aprovar cada vez mais agrotóxicos para ‘entrar na modernidade’, diz ministra

Segundo Tereza Cristina, a aprovação de novos produtos é boa, uma vez que eles são menos tóxicos que os mais antigos

  • Por Jovem Pan
  • 06/08/2019 14h00 - Atualizado em 06/08/2019 14h08
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Marcello Casal Jr/Agência Brasil ministra Tereza Cristina, Ministra criticou as notícias sobre o assunto

A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, afirmou, nesta terça-feira (6), que a onda de aprovação de novos agrotóxicos no Brasil – só neste ano, 262 já foram autorizados – é benéfica e necessária para que o país “entre na modernidade”. Durante um café da manhã com professores, especialistas e representantes de órgãos como a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que tinha como objetivo “nivelar a conversa” sobre a polêmica, ela disse que os defensivos agrícolas estão cada vez menos tóxicos.

“A aprovação de mais produtos mostra mais eficiência, são produtos menos tóxicos. Temos que continuar aprovando mais produtos. Vocês vão ver cada vez mais acontecer registros, para entrarmos na modernidade e termos produtos cada vez menos tóxicos”, declarou.

Cristina afirmou que as notícias sobre o assunto incomodam e que é necessário tomar cuidado para não “aterrorizar” os consumidores brasileiros e “muito menos” os estrangeiros. “Ninguém está pondo veneno no prato de ninguém. O consumidor brasileiro não está sendo impactado, a não ser pelo mau uso (de defensivos)”, completou.

O café da manhã, segundo a ministra, serviu para dar explicações a essas pessoas e “não ter questionamentos lá fora”. “Nosso alimento é absolutamente seguro. É um desserviço o que estamos fazendo, ajudando nossos concorrentes”, ressaltou, acrescentando que o tema se transformou em “combustível para guerra política” no Brasil e para a guerra comercial no exterior.

“Há dados estapafúrdios sendo utilizados sem credibilidade e que estão gerando insegurança para o nosso consumidor”, continuou. Segundo Cristina, a repercussão de notícias pode levar a questionamentos por outros países . “Não é que vamos parar de vender, mas vamos ter questionamentos “, finalizou.

Tragédia

Apesar da defesa dos agrotóxicos, ela admitiu, no entanto, que não existe risco zero. “Problemas existem. Quem estava no World Trade Center [em referência ao ataque terrorista de 2001] tinha toda segurança, alguém ia prever que aquela tragédia ia ocorrer?”, comparou.

Reavaliação

O diretor da Anvisa, Renato Porto, disse que a agência lançará uma nova metodologia para reavaliação de agrotóxicos no Brasil. A ideia é estabelecer critérios para definir a ordem de análise, priorizando produtos que podem ser mais tóxicos.

“Vamos juntar tecnologias para reduzir o padrão de toxicidade do Brasil”, afirmou. Ele lembrou que, entre 2006 e 2019, foram reavaliados 16 ingredientes, dos quais 12 foram banidos.

*Com Estadão Conteúdo

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