Bruno Covas: SP vai testar 90 mil profissionais de saúde para Covid-19

Prefeito adiantou que deve apresentar nesta quarta-feira números que já demonstram ‘estabilização’ da pandemia no município

  • Por Jovem Pan
  • 26/05/2020 16h48 - Atualizado em 26/05/2020 16h51
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ROBERTO CASIMIRO/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO Foram registrados na capital 49.596 casos confirmados da Covid-19, 164.677 suspeitos e 3.573 mortes

Ao inaugurar dez novos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) no Hospital do Servidor Público Municipal, na manhã desta terça-feira (26), o prefeito de São Paulo, Bruno Covas, anunciou que vai testar cerca de 90 mil profissionais de saúde para a Covid-19. Os exames serão do tipo sorológico, que detecta a presença de anticorpos para o novo coronavírus na amostra de sangue.

O nível de confiabilidade da técnica sorológica tem sido criticado por especialistas, incluindo pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Por não terem tanta precisão, podem acusar falsos negativos e falsos positivos, de modo que a recomendação é de se aplicar o teste molecular, chamado de RT-PCR, feito a partir de amostras da mucosa na cavidade nasal e capaz de diagnosticar até mesmo a carga viral em pacientes assintomáticos.

“Hoje a gente faz a testagem apenas para os funcionários que apresentam sintomas, mas a gente vai começar a testar todos”, informou Covas.

O Hospital do Servidor Público terá, agora, 23 leitos de UTI. Foram investidos R$ 1,14 milhão para concluir a ala, que deve atender a pacientes idosos após o fim da pandemia. O pronto-socorro também passa por obras de ampliação, viabilizada por um empréstimo de US$ 100 milhões concedido pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), com o qual também será custeado a construção de uma Unidade de Pronto-Atendimento (UPA), que ficará ao lado do hospital.

Segundo o secretário municipal da Saúde, Edson Aparecido, a testagem dos profissionais de saúde irá compreender todos os 96 distritos da cidade, possibilitando uma “radiografia importante” quanto à dimensão do ciclo de transmissão entre a categoria.

O secretário disse que, até o momento, a prefeitura já abriu 1.007 novos leitos para atender pacientes com a Covid-19. Até a tarde de ontem (25), a taxa de ocupação era de 88%.

Isolamento

Bruno Covas disse ter uma “avaliação positiva” quanto à taxa média de isolamento social obtida durante o feriado prolongado pela antecipação de Corpus Christi, do Dia da Consciência Negra e do Dia da Revolução Constitucionalista.

Ele adiantou que deve apresentar amanhã (27) “números muito positivos”, que já demonstram “estabilização” da pandemia no município. Quanto aos rumos da quarentena a partir de 1º de junho, disse que ainda estão em andamento as tratativas com o governador de São Paulo, João Doria, mas que devem chegar a um consenso sobre as medidas e anunciá-las amanhã (27).

No boletim mais recente da Secretaria Municipal da Saúde, publicado ontem (25), foram registrados na capital 49.596 casos confirmados da Covid-19, 164.677 suspeitos e 3.573 mortes. O estado de São Paulo, por sua vez, já soma 83.625 casos confirmados e 6.220 óbitos.

Operação Placebo

O prefeito comentou, ainda, sobre a Operação Placebo, deflagrada hoje pela Polícia Federal no Rio de Janeiro. Os indícios de corrupção envolveriam o Instituto de Atenção Básica e Atenção à Saúde (Iabas), contratado para a instalação do hospital de campanha no Complexo do Anhembi, na capital paulista.

Covas afirmou que está tratando do assunto “com total transparência” e que a prefeitura está disponível para colaborar com as autoridades competentes, ainda que a unidade de São Paulo não seja alvo direto de investigação.

“Se tiver qualquer responsável, que seja punido com o rigor da lei. Já é um absurdo você desviar recursos da área da saúde. Imagina em um momento de pandemia, como esse, em que a gente tem que correr contra o tempo para não deixar ninguém sem atendimento.”

* Com informações da Agência Brasil

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